O fechamento do balanço sobre a conservação ambiental da Amazônia no primeiro semestre de 2022 indica que o desmatamento na região bateu outro recorde quando considerada a série histórica, que começa em 2016, início dos registros do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM).
O levantamento indica a devastação de uma extensão equivale a 2,6 vezes a área da cidade de São Paulo, um total de 3.988 km². O estudo tomou como base os dados do sistema Deter (Detecção de Desmatamento em Tempo Real), do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
O que chama mais atenção na análise é o fato de mais da metade (51,6%) do desmatamento ter ocorrido em terras públicas. Florestas públicas não destinadas – que não tiveram uso decretado, que correspondem a 14% do bioma, a soma dos territórios de Espanha e Portugal – foram a categoria fundiária com mais alertas de devastação no período (33,2%), com 1.315 km² derrubados.
Desmatamento nas propriedades rurais
Em segundo lugar, estão as propriedades rurais (28,3%), com 1.120 km².”Os alertas de desmatamento de 2022 demonstram que a impunidade continua sendo a maior vetor de pressão contra a floresta e seus povos. Em um ano de eleição isso se torna ainda mais preocupante, pois os esforços de fiscalização normalmente diminuem e a sensação de impunidade aumenta, deixando os desmatadores mais à vontade para avançar sobre a floresta”, diz Ane Alencar, diretora de Ciência no IPAM e especialista em fogo na Amazônia.
Fonte: Jovem Pan
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