Pesquisadores da Universidade do Sul da Califórnia revelaram que o núcleo da Terra está desacelerando em relação à superfície. Este fenômeno, que pode ter implicações para a duração dos dias e efeitos climáticos, foi divulgado na revista Nature nesta quarta-feira, 12.
Este núcleo é composto principalmente por ferro e níquel, sendo a camada mais interna do planeta. Ele tem cerca de 3.480 km de espessura e temperaturas que podem chegar a 6.000°C, sendo dividido em duas partes: o núcleo externo e o núcleo interno. A movimentação deste último ainda é objeto de estudo, mas as novas descobertas sugerem que ele está girando mais devagar do que o próprio planeta.
A pesquisa foi baseada em análises de dados sísmicos provenientes das Ilhas Sandwich do Sul, onde 121 terremotos repetidos ocorreram entre 1991 e 2023. Além disso, dados dos testes nucleares soviéticos gêmeos entre 1971 e 1974 também foram considerados. Esses eventos sísmicos produzem padrões idênticos em registros de sismogramas, permitindo aos cientistas detectar mudanças sutis na rotação do núcleo interno.
Embora a desaceleração do núcleo da Terra seja um processo lento e difícil de perceber, ela pode resultar em um aumento na extensão dos dias. No entanto, os pesquisadores afirmam que essa mudança será muito difícil de notar no dia a dia. Ainda assim, o estudo abre questões importantes sobre as consequências a longo prazo desse fenômeno.
Os cientistas estão agora focados em mapear a trajetória do núcleo interno com mais detalhes para entender melhor por que ele está se deslocando… Com o tempo, essas pesquisas podem revelar mais sobre os mistérios do nosso planeta e como ele evolui ao longo dos séculos.