A chegada da reta final do ano é acompanhada, normalmente, de festas, férias e 13º salário. Com isso, a procura por itens de consumo próprio ou para presentear cresce. E atualmente, a modalidade online é a mais escolhida na hora de garimpar um produto, principalmente pela praticidade e preços praticados. Apesar de oferecer condições favoráveis, o ambiente virtual é também território de estelionatários, que ano após ano, se reinventam na hora de criar novas formas de dar golpes.
Há não muitos anos, quando a internet e os smartphones ainda não eram tão populares e difundidos no Brasil, um dos golpes que lideravam os rankings nas delegacias do país. Conforme as vendas online começaram a aumentar, a atenção dos bandidos também passou a voltar-se para a rede mundial de computadores. Os golpes online foram surgindo. Com isso, as compras através da internet tornaram-se quase um tabu durante algum tempo.
Eram recorrentes os relatos de pessoas que adquiriam produtos online e recebiam caixas com pedras, tijolos, garrafas de água e outros itens que não aquele comprado. Com a evolução do comércio virtual e investimentos bilionários em segurança, a compra e venda na internet lentamente começou a cair na graça da população brasileira – e mundial -. O fato é que, de forma paralela a estas boas melhorias, os estelionatários também foram adotando novos métodos para enganar e conseguir extrair dinheiro de pessoas desavisadas.
Atualmente, dentre os golpes mais vistos pelos plantonistas da Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento, estão, justamente, aqueles que usam das tecnologias mais comuns na comunicação e transferência de valores. Redes Sociais e transferências via PIX.
Faz parte do cotidiano dos plantonistas registrar ocorrências onde as vítimas ficaram interessadas em produtos anunciados nas redes sociais e, após a negociação, transferem valores que nunca são trocados pelo objeto desejado. E, em 2021, Bento Gonçalves precisou ligar o alerta vermelho em relação aos estelionatos.
Em agosto, a Delegada que era responsável pela DPPA, Maria Isabel Zermann Machado, expôs um dado alarmante. No primeiro trimestre deste ano, já em uma crescente em relação aos anos anteriores, os plantonistas registravam uma média de 40 golpes por mês. Em Julho, os números subiram para 120. Ou seja, os casos triplicaram na capital da Uva e do Vinho.
A questão também é observada pelo atual delegado da DPPA, Fernando Cruz Alexandre. Ele, que assumiu o posto em setembro, também percebe um grande número de casos na cidade. A tendência é que os golpes sigam ocorrendo e até apresentem uma alta durante a reta final do ano, uma vez que muitas pessoas recebem o 13º e utilizam deste valor para comprar presentes e outros bens para si.
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Cruz Alexandre destaca que quando a oferta apresenta valores abaixo do mercado, deve-se desconfiar. É recomendando que o comprador busque todas garantias possíveis, ligue para o vendedor, combine de retirar o produto em mãos e, aí então, faça o pagamento.
“Agora no final do ano com o13º e o movimento de compras no comércio aumentando, ocorre um aumento nos golpes. Os meliantes estão aí buscando o dinheiro fácil. O que a Polícia Civil pode recomendar para o cidadão evitar ser vítima desses golpes é desconfiar sempre quando o produto oferecido tiver uma grande desproporção de valor. Se o bem que está sendo oferecido está por metade do preço desconfiar dessa situação, buscar diligências para se certificar que o bem é verdadeiro e que quem está oferecendo é, de fato, quem diz ser.” Afirma o delegado.
Baseado no que tem visto na DPPA, o delegado revelou um novo método de golpe bastante engenhoso que os estelionatários têm empregado nos últimos meses.
“tem um golpe que está acontecendo agora, ele é comum e um louco engenhoso que o meliante invade o perfil da rede social de um conhecido seu Instagram e anuncia a venda de um produto. E aí você vai lá e compra esse produto faz a transferência acreditando que está comprando da sua mãe, de um amigo. Esse golpe ele é muito engenhoso e a gente tem que ficar ligado, então a recomendação é desconfiar do valor e se certificar. Faz uma ligação, faz uma chamada por vídeo, ouve a voz da pessoa e confirma se a pessoa que está oferecendo o produto é de fato aquela pessoa.” salienta.
A investigação de estelionatos é, segundo o delegado, uma tarefa árdua, uma vez que os criminosos utilizam endereços virtuais de países do Oriente Médio, leste da Europa ou Ásia. Dada esta dificuldade, estornar o valor às vítimas é bastante difícil e, na maioria dos casos, não acontece. Por isso, neste final de ano tenha atenção com negociações online.
Confira abaixo a entrevista completa com o Delegado Fernando Cruz Alexandre da DPPA de Bento Gonçalves!
