Cidades

CPI da Educação irá ouvir servidores da Smed na próxima semana

Anelise Tolotti Dias Nardino e Patricia da Silva Pereira participaram ativamente dos processos de aquisição dos materiais

CPI da Educação irá ouvir servidores da Smed na próxima semana
(Foto: Paulo Ronaldo Costa/CMPA)

Em mais uma sessão que promete ser turbulenta, a CPI da Educação comandada pela oposição na Câmara de Porto Alegre irá ouvir, na próxima segunda-feira, as ex-servidoras Anelise Tolotti Dias Nardino e Patricia da Silva Pereira. Ambas participaram ativamente dos processos de aquisição de materiais pela Secretaria de Educação que agora são motivo de investigação na Casa. A oitiva foi anunciada pela presidente da CPI, Mari Pimentel (Novo) em sessão nesta segunda-feira (21).

A CPI segue, até o momento, sem relator. A expectativa da oposição, entretanto, é de que o mandado de segurança que assegura as deliberações de Mari na presidência tenha sido expedido até o início da próxima semana, quando as servidoras serão ouvidas. Caso não ocorra, a presidente afirma que tem prerrogativa para indicar um relator substituto. E que isso, portanto, não deverá ser impeditivo. Na abertura da CPI o vereador Roberto Robaina foi indicado para o cargo, mas um movimento da Mesa Diretora suspendeu a indicação.

Ainda sem quórum da base — a exceção dos vereadores Claudio Janta (Solidariedade) e Mauro Pinheiro (PL) —, que deixaram a sessão poucos minutos antes do início das votações, a comissão aprovou outros três requerimentos: a convocação da ex-secretária de Educação, Janaina Audino; a divulgação da agenda de compromissos da ex-secretária Sônia Maria da Rosa; e a convocação do empresário Jailson Ferreira da Silva.

Base e oposição protagonizam embates

Como tem se tornado costume, base e oposição tiveram embates. A presença de assessores em plenário foi um dos pontos de tensão. Vereadores governistas acusam os funcionários de outros vereadores de assédio. Enquanto a oposição denuncia a presença de assessores do Executivo durante as reuniões da CPI como uma forma de intimidar os parlamentares.

Além disso, na recusa do novo pedido de verificação de quórum do vereador Mauro Pinheiro (PL), ele e a presidente protagonizaram outro bate boca. O parlamentar novamente acusou a vereadora de ser autoritária e mandou que ela “seguisse o regimento”. Em resposta, Mari acusou o vereador de ser “machista” ao querer mandar nela. “Quando tiver um homem aqui (na presidência), às 14h, você estará questionando todas as atitudes dele?”, indagou Mari. Ambos os vereadores aumentaram a voz.

Oposição chama coletiva

Findada a sessão, Mari chamou uma coletiva de imprensa para expor os motivos que levaram a convocação da ex-secretária. Pouco antes de Janaina deixar a pasta, ela participou de uma reunião com o prefeito, o Procurador-Geral do Município, Jailson, empresário envolvido nos esquemas de compra, e o dono da empresa Incra, onde foram feitas as aquisições. A reunião foi divulgada pela prefeitura como um encontro de Melo com os vereadores Alexandre Bobadra (PL) e Pablo Melo (MDB). Uma semana após empossada, Sônia Maria iniciou as compras de material com a empresa.

A exposição foi feita como forma de “protesto” ante as dificuldades enfrentadas pela CPI para dar seguimento aos trabalhos. “A gente precisa entender se essa pressão (para compra dos materiais) acontecia. Porque ela (Janaína) barrou e porque uma semana depois a nova secretaria (Rosa) já veio com intuito de assinar esse contrato, tinha intenção da prefeitura”, explicou Mari.

Fonte: Correio do Povo