Você já notou aquelas manchas secas nas folhas da sua costela-de-adão e ficou se perguntando o que deu errado, mesmo regando certinho? Pois é. A causa pode não estar no solo, na água ou em pragas, mas no timing da luz que ela recebe. Parece detalhe bobo, mas para essa planta tropical, a hora da luz importa tanto quanto a intensidade.
Luz direta nos horários errados queima a costela-de-adão
A costela-de-adão (Monstera deliciosa) é nativa das florestas úmidas da América Central, onde cresce sob a sombra parcial de árvores altas. Isso significa que ela evoluiu para aproveitar a luz filtrada, especialmente no início da manhã ou fim da tarde. Quando exposta ao sol forte do meio-dia, suas folhas largas e finas simplesmente não aguentam.
E o que acontece quando essa luz intensa bate direto nas folhas entre 10h e 16h? As células vegetais queimam, literalmente. O resultado são manchas marrons secas, geralmente com contorno amarelado, que muitas vezes aparecem nas pontas ou nas bordas das folhas. Muita gente acha que é falta de água, mas a culpa é da claridade excessiva nos piores horários.
Sinais de que a luz está em excesso
Alguns sinais são bem específicos quando a costela-de-adão está sofrendo com excesso de luz:
- Manchas queimadas com aspecto crocante
- Pontas secas mesmo com boa umidade do solo
- Folhas novas que crescem menores e menos recortadas
- Folhagens que desbotam, perdendo o verde profundo característico
Esses sintomas, sozinhos ou combinados, já indicam que você deve repensar a posição do vaso na sua casa.
Melhor horário para luz e sombra ideal
A iluminação ideal para a costela-de-adão é aquela que imita seu habitat natural: luz difusa ou sombra parcial. O melhor horário para ela receber sol é antes das 9h ou depois das 16h — com luz indireta filtrada, como por uma cortina leve, sendo ainda mais segura.
Varandas com cobertura translúcida, janelas viradas para leste (que recebem o sol da manhã) ou locais onde a luz entra sem tocar diretamente a planta são os melhores cenários. E se a única opção for luz forte, o uso de películas protetoras ou véus brancos sobre a janela pode fazer toda a diferença.
Como recuperar folhas queimadas
Infelizmente, uma folha queimada não se regenera. A melhor estratégia é remover apenas as partes danificadas, com uma tesoura limpa e esterilizada, fazendo o corte em diagonal. Se a queimadura for pequena, dá para deixar a folha e focar em prevenir novos danos.
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Além disso, mudar o vaso de lugar é essencial. A planta pode até resistir a uma semana no mesmo lugar, mas se as folhas continuam sofrendo, o ideal é testar outro ambiente — e observar o resultado nas folhas novas, que são sempre as melhores indicadoras de adaptação.
E se a costela estiver em ambiente fechado?
Mesmo dentro de casa, a luz intensa pode ser um problema. Se a planta está perto de uma janela onde o sol entra direto, especialmente em apartamentos com grandes janelas de vidro, o efeito de “lupa” pode agravar a queima. Nestes casos, o melhor é mover a planta cerca de 1 metro para dentro do cômodo, ou instalar uma cortina translúcida.
Agora, se o cômodo for escuro demais e você notar folhas muito espaçadas ou que não se abrem direito, aí o problema é o oposto: falta de luz. Equilíbrio é tudo.
Iluminação artificial pode ajudar?
Sim, pode. Luzes de cultivo (como painéis de LED específicos para plantas) são uma solução interessante para locais com pouca claridade natural. Mas o cuidado com o tempo de exposição continua: o ideal é manter a lâmpada ligada por cerca de 8 a 10 horas por dia, simulando a luminosidade de um dia tropical. Luz demais, mesmo artificial, também pode queimar.
Umidade e calor: os coadjuvantes desse drama
Outro ponto que agrava as queimaduras por luz é o ar seco, especialmente em regiões mais quentes ou em épocas do ano com baixa umidade. Quando o ar está seco e a planta está em contato com o sol intenso, ela evapora água muito rápido pelas folhas, perdendo a capacidade de manter a hidratação — e é aí que as queimaduras se intensificam.
Por isso, mantenha a umidade do ambiente com borrifadores, bandejas com água e pedrinhas ou até mesmo umidificadores elétricos. Uma costela-de-adão feliz gosta de 60% a 70% de umidade relativa do ar.
Histórias de quem aprendeu na marra
Muita gente só descobre o problema da luz errada depois de perder metade da folhagem. Como foi o caso da Renata, que deixou a planta no parapeito da janela achando que “luz é sempre bom para plantas”. Em duas semanas, as folhas estavam todas amareladas e manchadas. Depois de trocar o vaso de lugar e adicionar uma cortina de linho, a Monstera voltou a brotar com vigor.
Esse tipo de relato é comum, porque a beleza da costela-de-adão muitas vezes nos faz esquecer que ela é uma planta tropical sensível. Mas uma vez entendido o ritmo da luz, tudo se encaixa.
A planta que avisa quando está feliz
A costela-de-adão é uma planta generosa. Quando bem cuidada, ela mostra com clareza sua satisfação: folhas grandes, verdes, com recortes amplos e brotações constantes. É só prestar atenção ao que ela comunica. E se suas folhas estão queimadas, a mensagem é clara: algo está em excesso — e, na maioria das vezes, é a luz na hora errada.
