A mãe do menino de 5 anos jogado da ponte sobre o rio Vacacaí, em São Gabriel, na Fronteira-Oeste prestou depoimento na manhã desta quarta-feira na delegacia local. Após, ela foi liberada e retornou à cidade de Nova Hartz, onde reside. O corpo de menino deve ser liberado nesta quinta-feira para translado à Nova Hartz, onde deve ocorrer o sepultamento.
O suspeito do crime está no Presídio de São Gabriel e deve ter, de acordo com a Polícia Civil, a sua prisão em flagrante convertida em temporária.
O inquérito segue em andamento para esclarecer todos os detalhes do crime. A Polícia Civil busca mais imagens de câmeras de segurança e tenta encontrar testemunhas que possam ter presenciado o homem arremessar a criança da ponte, além de aguardar os resultados da necropsia realizada pelos peritos do IGP. Os laudos irão esclarecer se o menino morreu na queda ou afogado.
Relembre o caso
Após o crime, de acordo com a Polícia Civil, o homem foi almoçar. Uma hora depois, contou a uma irmã o que havia feito e seu cunhado procurou a DP da cidade para registrar ocorrência. Neste meio tempo, o homem se apresentou na sede do 2º Batalhão de Polícia Montada, do 2º Regimento de Polícia Montada (RPmon), da Brigada Militar. Logo em seguida foi conduzido à delegacia.
Conforme o delegado Daniel Severo, que investiga o caso, ele admitiu que o crime foi motivado por vingança, por não aceitar o término do relacionamento com a ex-companheira e mãe do menino, ocorrido em novembro do ano passado.
“Ele diz que tinha fixa a ideia de se vingar da ex-mulher, mas o pensamento que mais recorria era atentar contra a vida da mulher. Ele, inclusive, havia externado isso para a irmã, mas mudou de ideia em algum momento no final de semana”, relatou o delegado.
Para o delegado, o homem não se mostrou totalmente frio, mas também não se arrepende do crime.
“Ele chegou a embargar a voz em alguns momentos durante o depoimento. Ele não é totalmente frio, mas é alguém determinado a se vingar. Ele expressou sentimento, mas arrependimento não. Disse que quer que ela (ex-companheira) se arrependa antes pela separação”, detalhou Severo.
Apesar do plano de acabar com a vida da mulher, não havia um grande histórico de violência entre o casal. Após o término, ela chegou a registrar uma ocorrência on-line por conta de danos causados por ele em alguns objetos de casa, mas não deu andamento ao pedido de medida protetiva, pois estava mudando de cidade e, naquele momento, ela pensou, não haver necessidade da solicitação. Na cabeça do autor, porém, a ideia de vingança foi fomentada ao longo dos últimos meses.
“Ele não tinha o histórico de violência, mas a família descreve que para ele a separação foi um trauma muito grande. Ele afirma que o término aconteceu sem motivos e foi surpreendente”, relata Severo.