AUDIÊNCIA PÚBLICA

Comissão debate obrigatoriedade da vacinação da Covid-19 para crianças em Caxias do Sul

Encontro gerou divergências entre os parlamentares; secretário municipal da Saúde, Geraldo da Rocha Freitas Junior, também participou

Comissão debate obrigatoriedade da vacinação da Covid-19 para crianças em Caxias do Sul Comissão debate obrigatoriedade da vacinação da Covid-19 para crianças em Caxias do Sul Comissão debate obrigatoriedade da vacinação da Covid-19 para crianças em Caxias do Sul Comissão debate obrigatoriedade da vacinação da Covid-19 para crianças em Caxias do Sul
Foto: Thales Comerlato Castagna/Câmara Caxias
Foto: Thales Comerlato Castagna/Câmara Caxias

A obrigatoriedade ou não de as crianças se vacinarem contra a Covid-19 foi o tema da audiência pública, realizada na noite desta segunda-feira (16), no plenário da Câmara Municipal de Caxias do Sul. A iniciativa do encontro coube ao vereador Pedro Rodrigues (PL), que sustentou o direito de os pais decidirem se os filhos devem ou não fazer a respectiva vacina.

“Como cidadão, sou a favor de que toda pessoa que queira se vacinar tenha esse direito garantido. Mas, não, da imposição. Inclusive, os meus filhos sempre tomaram a vacina normalmente, conforme propostas do Ministério da Saúde, como sarampo, varicela e outras. Eu mesmo, na semana passada, participei da campanha, realizada pela Secretaria da Saúde nesta Casa, e tomei a vacina contra a gripe. Queremos amadurecer o debate sobre a obrigatoriedade da vacinação infantil contra a Covid-19, incluindo multas altíssimas. Em muitos países, essa vacinação nem está sendo feita mais, e muito menos com obrigatoriedade a crianças”, discursou o vereador.

Divergências

Antes das manifestações de especialistas convidados, o vereador Juliano Valim (PSD) se declarou favorável à vacina. Na mesma linha, a vereadora Andressa Marques (PCdoB) disse acreditar que o assunto não deveria motivar debate político, por ser tratar de uma discussão sobre a vida. A comunista ponderou que boa parte dos recentes casos de gripe se deveria ao fato de muitas pessoas não estarem se vacinando.

Por outro lado, o vereador Sandro Fantinel (PL) lembrou que, na pandemia da Covid-19, decidiu não tomar a vacina. Questionou o argumento de que a referida vacina estaria vinculada a um conceito de ciência, ao citar diversos países em que não há essa obrigação para crianças, tais como: Canadá, Espanha, Estados Unidos, Irlanda. Pôs em dúvida se os menores teriam contraído o vírus no período pandêmico.

A posição do liberal ganhou coro comum nas manifestações dos vereadores Daiane Mello (PL), Daniel Santos (REPUBLICANOS) e Hiago Morandi (PL). O republicano referiu pesquisas coreanas, pelas quais a vacina contra a Covid-19 induziria a contração da doença de Alzheimer e prejudicaria o desenvolvimento cognitivo infantil. Daiane afirmou ter decidido que, como mãe, irá desconsiderar esse antídoto, mas que relevará os demais. Hiago rebateu a interpretação judicial, quanto à obrigatoriedade conter embasamento no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

O secretário municipal da Saúde, Geraldo da Rocha Freitas Junior, explicou que a pasta se baseia em ciência, lei e saúde. Referiu nota técnica do Ministério da Saúde, por meio da qual a Covid-19 está incorporada ao Calendário Nacional de Vacinação Infantil.

“A secretaria não vai obrigar. Mas, recomendamos a vacina por critérios científicos e do Programa Nacional de Imunização”, informou.

Diversos especialistas foram ouvidos. Todos apresentaram fundamentos antagônicos ao mencionado imunizante.