A Grande Feira do Parque, realizada uma vez por mês no Parque Jardim América Margarida, sofreu um empasse no último mês. Os feirantes foram surpreendidos após uma denúncia, de forma anônima, por improbabilidade administrativa, onde apontava que os feirantes recebiam toda a estrutura do governo municipal, acusando também que os participantes precisariam pagar uma taxa de inscrição. Com isso, no mês de janeiro, a feira não pôde acontecer e corria o risco de não poder ser mais realizada no local.
Porém, na última semana, os feirantes receberam uma boa notícia: a 14ª edição poderá ser realizada no parque, após suspensão no mês de janeiro. A organização também aproveita o momento do novo ano, com a boa notícia para continuar a feira e divulga nova direção.
Um dos organizadores do evento e ex-presidente, Rogério Garcia, entrega o posto para Jeferson Luis Marques e destaca as principais movimentações da feira, o que ela agrega para a comunidade e como foi estar na presidência com os feirantes por treze edições.
“Tivemos uma caminhada muito importante do ponto de vista de incentivo ao empreendedorismo de Caxias, porque sempre foi a ideia central da Grande Feira. A partir do momento que criamos esse modal diferente na cidade, fomos os precursores nessa ideia. Conseguimos abrir esse espaço, abrir essa novidade que se tornou referência na cidade. Foi um ano bastante trabalhado. A Grande Feira fez a magia acontecer, transformou pessoas que não eram feirantes em um feirante, agora temos aí mais de 500 feirantes em Caxias do Sul ativamente trabalhando. Concluo dizendo que a Grande Feira cumpriu o seu papel, cumpriu sua missão naquilo que veio fazer”.
Rogério apresentou seu sucessor, Jeferson Marques, que se juntou como feirante na 2ª edição do evento. Um dos braços direitos junto à organização, Jeferson aponta como serão realizadas as próximas edições, mantendo o formato da feira. Ele também se emociona ao falar do evento, que serve como ganha pão de muitos que expõe seus produtos.
“Graças ao auxílio de todos, a gente vai prosseguir com a Grande Feira, no seu formato original, que é de ação social. Toda feira temos um tema onde arrecadamos alimentos, materiais escolares. Temos a preocupação com as pessoas que passando por necessidade de ajuda dos feirantes. Um exemplo de quando teve a pandemia, muitas pessoas vieram buscar o seu sustento. Fui um que criei uma empresa com minha irmã, fazemos pães, lanches, e hoje dependemos da Grande Feira e das outras feiras”.
Com muita emoção, Jeferson expressou o sentimento quando houve a notícia de que a 14ª edição da Grande Feira poderia acontecer. “O nosso coração está aqui nesse parque, um parque acolhedor, onde as pessoas vêm tomar um chimarrão, têm as crianças no parquinho, tem o pet, encontramos várias pessoas que estão na mesma situação da gente, precisando trabalhar, precisando conviver e trocar ideias, informações. A gente assumiu esse ambiente como nosso, e aí quando não teve em janeiro, foi muito complicado para todo mundo. Com isso, corremos, fomos na Semma falar com o secretário que prontamente nos atendeu. A gente recebeu a informação na sexta-feira passada (03), que tínhamos a autorização, nem tive palavras para falar com o pessoal. Foi uma conquista de 150 feirantes que deixaram de ter sua feira em janeiro e resgatar esse evento”.
Para entender o caso de suspensão da Feira
Por conta de uma denúncia, de forma anônima, por improbabilidade administrativa, cerca de 300 feirantes foram prejudicados em Caxias do Sul. A Grande Feira do Parque, a qual chega em sua 14ª edição, não poderia mais ser realizada no Parque Jardim América Margarida. Tal notificação por parte do Poder Público fez com que os feirantes realizassem uma paralisação no dia em que feira ocorreria, no dia 8 de janeiro.
A Grande Feira do Parque ocorre uma vez por mês e, até então, ela tem autorização para acontecer no Parque, autorização essa que foi concedida pela Secretaria de Meio Ambiente da cidade. Contudo, por conta da denúncia, a feira não poderia mais ocorrer de tal forma, pois a queixa apontava que os feirantes recebiam toda a estrutura do governo municipal, acusando também que os participantes precisavam pagar uma taxa de inscrição, resultando em improbabilidade administrativa.
Conforme explicou um dos organizadores do evento, Rogério Garcia, a acusação é falsa, tendo em vista que os próprios feirantes bancam toda a estrutura, além de realizarem a limpeza do parque, proporcionando oportunidades aos feirantes e movimentando a economia local, ajudando ONG’s, entre outros benefícios para a comunidade.
Feira retorna às atividades em fevereiro
Conforme documento emitido pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SEMMA), a feira poderá ser realizada a partir de fevereiro. Conforme consta, houve aprovação pelo Poder Público para que o evento pudesse ocorrer, salientando que a Secretaria não fornece nenhum tipo de estrutura para a feira. Também está descrito que não é permitida realizações de ações comerciais ou feiras de produtos em parques e praças do município, exceto as autorizadas por lei específica, mediante autorização da Secretaria Municipal do Meio Ambiente e da Secretaria Municipal da Saúde.
Com tema específico, feira ocorre com ações sociais
Os organizadores do evento se empenham em todo mês levantar uma pauta social para ajudar as pessoas mais necessitadas. A próxima edição, que ocorrerá no dia 12 de fevereiro, próximo domingo, estará arrecadando materiais escolares para doação a crianças que os pais não possuem condições de comprar. Além disso, haverá uma banca específica com materiais que os visitantes poderão adquirir para a doação.