Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (ABERT) promoveu, na próxima quarta e quinta-feira (16 e 17), o 29º Congresso Brasileiro de Radiodifusão. A atividade reuniu profissionais da comunicação de todo o país na capital federal, Brasília. O tema da edição foi “Rádio e Televisão: para todo mundo, em todo lugar”.
A cerimônia de abertura, ocorreu na noite da quarta-feira (16), e contou com a presença de autoridades brasileiras e estrangeiras, além da entrega das medalhas do “Mérito da Radiodifusão e Assis Chateaubriand” aos profissionais que contribuem ou contribuíram para o crescimento e desenvolvimento do setor.
O presidente da ABERT, Flávio Lara Resende, lembrou de vitórias recentes do setor lideradas pela associação.
No caso do rádio, ele destacou a migração do AM para o FM. “O processo está perto de ser concluído, graças à ativa participação da ABERT nos estudos técnicos para viabilização do maior número possível de canais e à compreensão do Ministério das Comunicações e da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) sobre a importância desta medida para as emissoras”, disse.
Lara Resende também ressaltou que em breve será viabilizada a recepção gratuita do serviço de rádio FM em todos os aparelhos celulares do país.
“Hoje, o rádio está em todas as plataformas, pronto para ser acessado onde, quando e como o ouvinte quiser”.
No que diz respeito à TV aberta, o presidente da ABERT frisou que o país está em fase final de implementação do sinal digital.
“Em 2019, 61,5 milhões de domicílios tinham conversor de sinal digital para televisão aberta, o equivalente a 89,9% dos domicílios com televisores no país. Já em 2021, são 62,3 milhões de domicílios, o que equivale a 90,9% dos domicílios com TV”, afirmou.
Olhando para o futuro, Lara Resende disse que caminha a passos largos a implantação da migração dos sinais do serviço de TV por satélite da banda C para a banda Ku, serviço complementar à televisão digital terrestre.
“Em nossa visão de futuro, chegaremos em poucos anos à TV 3.0., que partirá para a completa integração entre o serviço de radiodifusão e a internet, com todos os ganhos que este casamento irá proporcionar ao telespectador e ao nosso modelo de negócios, sempre moderno e dinâmico”, afirmou.
O presidente da ABERT disse ainda que é preciso avançar, com urgência, no estabelecimento de uma precificação de direitos autorais condizente ao tamanho da indústria de radiodifusão. Atualmente, segundo ele, o rádio paga grande parte da contribuição ao ECAD, em evidente desproporção ao peso do meio quando comparado às mídias.
“Considerando a boa relação que sempre norteou e a radiodifusão e a classe artística, é fundamental que as negociações entre a ABERT e o ECAD avancem de modo a se reduzir e redimensionar o custo desta contribuição autoral”, afirmou.
Lara Resende lembrou também do trabalho da entidade na defesa da liberdade de imprensa e no combate à desinformação, sobretudo no recente período eleitoral.
“Estaremos sempre atentos a esse direito, garantido pela Constituição, mas que exige constante e contínua vigilância”, disse.
O presidente da ABERT também abordou os desequilíbrios que persistem no setor.
“É preciso que as empresas de tecnologia, as plataformas digitais, que exercem grande influência sobre o conteúdo midiático à disposição da população, e possuem amplo poder de direcionamento de programação, atuando efetivamente como empresas profissionais de mídia e concorrendo de forma direta pelo mercado publicitário com as emissoras de radiodifusão, observem regras mais simétricas em relação ao setor de mídia”, afirmou.
Para o presidente da ABERT, é necessária a atenção definitiva do Congresso Nacional ao tema, “de modo a impor a responsabilização destas empresas e plataformas pela divulgação de conteúdo disponibilizado na rede mundial de computadores, em especial quando se verificar a veiculação de notícias falsas ou informações direcionadas e impulsionadas eletronicamente, com fins lucrativos”.
O quinto e último painel do 29º Congresso Brasileiro de Radiodifusão, promovido pela ABERT, na quinta-feira (17), abordou o humor, muito presente na relação do público brasileiro com a radiodifusão. São oriundos do rádio, da TV e do teatro grandes artistas como Chico Anysio, Jô Soares, Dercy Gonçalves, Ronald Golias e Carlos Alberto de Nóbrega, entre outros. Há, porém, novos desafios.