A cidade de Caxias do Sul conta atualmente com diversas pessoas em situação de rua. Determinado a mudar este panorama, Fabiano Cardoso, teve a ideia de unir empreendedorismo a um projeto social. O “Abrigo Móvel”, como foi batizado, é uma oportunidade de ajudar os dois lados envolvidos no projeto.
O morador de rua contemplado terá um local para descansar e ter “dignidade, segurança e respeito” como afirma Cardoso. O projeto também prevê a reinserção do individuo na sociedade através de um trabalho autônomo. Cada beneficiário receberá o chamado “Kit Trampo”, que contém uma caixa de isopor identificada, 50 garrafas d’água para venda e um certificado de microempreendedor (MEI).
As empresas parceiras da ideia ganham com a dedução do Imposto de Renda, por ser um projeto de responsabilidade social. Além da disposição de espaço para publicidade nas laterais do abrigo, aumentando a visibilidade das companhias.
Para a adesão, o morador de rua tem de seguir as regras predefinidas. A preservação e conservação do abrigo serão avaliadas por uma empresa terceirizada, que também coletará diariamente o lucro da venda das garrafas d’água e todos os domingos devolverá o montante adquirido na semana. Além disso, o interessado irá obter documentos como RG, CPF, titulo eleitoral e carteira profissional.
Cardoso crê que caso os moradores cumpram as metas, logo estarão reinseridos na sociedade.
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“Todos os beneficiários têm meta diária de vender as 50 garrafas de água. O plano é de que em 90 dias o morador já tenha sua vida social de volta. A dignidade do trabalho e a responsabilidade de levar o nome de uma empresa consigo são fatores que motivarão na permanência e êxito no projeto” declarou.
Na ultima quarta-feira (03), o morador de rua Rafael foi o segundo contemplado com o abrigo móvel. O primeiro foi Daniel, que para manter o beneficio, aceitou ser internado para tratar seu problema de alcoolismo.
Apesar de um grande apoio do público geral e da Câmara de Vereadores, o projeto de Cardoso enfrenta algumas barreiras. A prefeitura de Caxias do Sul, através da secretaria de Urbanismo, notificou Cardoso, informando que seu projeto estaria de forma irregular ocupando espaços alheios. O idealizador entrou em contato com as empresas parceiras e estes acordaram em deixar os abrigos móveis pernoitarem nos espaços privados das companhias.
O abrigo tem um metro de altura, por um de largura e dois metros de profundidade e dois pneus maciços para locomoção. O material de produção é PVC com sistema térmico em isopor, a estrutura também é anti-chamas e possui isolamento acústico. O custo de produção gira em torno de R$1,500 e R$1,800.
Por Günther Daou Schöler.
