De laranja, lado a lado, mulheres e homens, crianças, jovens e adultos unidos por uma causa: o fim da violência contra elas. Na manhã deste domingo (9), diversas pessoas percorreram importantes ruas de Caxias do Sul em prol da causa. A conscientização por meio de uma manifestação pacífica e pedidos de justiça marcaram o ato que teve início às 9h30 no largo da Prefeitura Municipal.
Dizeres como: “em briga de marido e mulher eu meto a colher”; “ligue 180”; “mexeu com uma, mexeu com todas”; e “o amor denúncia” marcaram o percurso. Conforme destaca a líder do Grupo Mulheres do Brasil Núcleo Caxias do Sul, Celiz Frizzo, não é apenas a violência física que assola a sociedade.
“Ela é um pedido de socorro, um chamado de atenção para toda a sociedade, para que a gente possa cada vez enquanto pais, mães, amigos, colegas estarmos atentos aos sinais da violência e trabalharmos na prevenção, somente assim vamos conseguir eliminar estes números que são tão graves e que nos preocupam tanto. Então, ficar atento aos primeiros sinais. Violência psicológica, patrimonial, aquela violência sutil”, disse.
A ação faz parte da programação dos 16 dias Pela Eliminação da Violência Contra as Mulheres, que segue até 16 de dezembro na cidade. A Coordenadoria da Mulher, vinculada à Secretaria Municipal de Segurança Pública e Proteção Social, programou diversas atividades que buscam justamente a erradicação da violência contra elas.
“É uma caminhada da família, uma caminhada pacífica porque precisamos mudar uma cultura. A gente fala muito do patriarcado, dessa cultura de que a mulher é dependente do homem, de que tem que obedecer. Então, na educação, conversando com as crianças, com os jovens, é um excelente método de mudar a cultura, de prevenir, e de que a gente crie relações mais saldáveis”, concluiu a líder do Grupo em Caxias.
Cabe ressaltar que a cor utilizada durante a caminhada, o laranja, foi instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) como a tonalidade que marca a causa.
“Pela Angélica e por todas as outras”
Durante a caminhada, os presentes lembraram o recente caso em que Angélica Schena foi morta após ser atropelada e arrastada por Caxias do Sul. Com as falas de “pela Angélica… e por todas as outras”, as ruas da cidade ouviram os pedidos de justiça e manifestações pacíficas de mulheres, homens, crianças e idosos que se uniram pela causa: o fim da violência.
Violência contra as mulheres no Brasil
Os dados da violência contra as mulheres do Brasil são preocupantes. Conforme o núcleo de Caxias do Sul, a média é de 1,3 mil feminicídios (morte por ser mulher) no Brasil, números que representante uma morte a cada sete horas. Dados divulgados pela Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos, até junho o país teve 31 mil denúncias de violência doméstica ou familiar.