Caxias amplia cobertura vacinal de crianças de até um ano de idade

Caxias do Sul tem uma importante notícia a celebrar quando o assunto é a prevenção de doenças que podem ser evitadas pelas vacinas: em 2023, o Município aumentou o número de crianças de menos de um ano e de um ano de idade completo vacinadas. Das 16 vacinas recomendadas para essas faixas etárias, houve aumento no percentual de aplicação de 14 delas em relação ao ano anterior. Os dados (veja mais abaixo) são parciais até outubro de 2023, portanto, o resultado final deve ser ainda maior quando forem contabilizadas todas as informações em sistema.

O aumento da cobertura se deve a uma série de fatores. Dentre elas, a retomada da realização de campanhas massivas, o que era mais difícil no período de pandemia. Para se ter uma ideia, somente no último Dia D, realizado em 21/10/23, foram aplicadas 3.646 vacinas em crianças e adolescentes de até 14 anos, 1.671 a mais do que no Dia D de 2022 (quando foram realizadas 1.975 doses).

“Trabalhar a saúde com foco na prevenção é um dos nossos principais objetivos e ver o aumento das coberturas, ver que nossas crianças estão mais protegidas graças ao trabalho em rede e ao esforço de todos é algo que nos orgulha e nos motiva. Mais uma vez meu carinho e minha gratidão a cada profissional envolvido e também meu reconhecimento aos pais, por entenderem a importância desse ato que é a vacinação”, salienta a secretária municipal da Saúde, Daniele Meneguzzi.

A diretora técnica da Vigilância Epidemiológica, Magda Beatris Teles, destaca que o resultado serve como desafio para que os dados sejam ainda melhores ao final de 2024.

“Muito se deve ao fim da pandemia, à busca e vinculação dos pais às unidades de vacinação, e ao trabalho que a Vigilância Epidemiológica e a Atenção Primária em Saúde vêm desenvolvendo ao longo dos últimos dois anos para resgate de faltosos, com busca ativa e oferta de vacinas em horários mais amplos pra facilitar para os pais, como as Unidades de horário estendido, que ampliaram o horário de vacinação nos últimos dois anos, ações aos finais de semana, facilitando então o acesso. Esse dado vem a corroborar a necessidade de vigia de doenças, sobre o risco de reintrodução de doenças já extintas, como o sarampo, a poliomielite, pois no momento que as coberturas ficam baixas, há uma abertura para que se mude o cenário epidemiológico. E a cobertura se elevando novamente traz tranquilidade para toda comunidade. Trabalhamos nesses últimos dois anos resgatando faltosos, sanando as dúvidas e trabalhando em parceria com várias frentes dentro da própria Secretaria da Saúde e com parceiros privados. O resultado é reflexo disso e do envolvimento dos pais no cuidado das crianças”, destaca.

Das 16 vacinas recomendadas (oito para crianças de menos de um ano e oito para crianças de um ano), apenas não foi possível medir o percentual atingido pela hepatite B, aplicada em crianças de menos de um mês de vida. O motivo foi a migração de dados para o novo sistema do Ministério da Saúde, que ocasionou falha de registro. Já a vacina contra poliomielite teve índice de imunização levemente inferior ao ano anterior.

Além disso, a SMS reforçou a divulgação e orientação sobre as vacinas nas salas de espera das Unidades Básicas de Saúde, fez visitas a escolas, divulgação em supermercados, na RA da CIC Caxias, teve participação do personagem Zé Gotinha em jogo no estádio Alfredo Jaconi e em ação de vacinação do clube, realizou anúncios com carro de som e contou com diversos apoios para disseminação de informações, como Secretaria Municipal da Educação (SMED), 4ª Coordenadoria Regional da Educação, Sindicato das Instituições Pré-Escolares Particulares de Caxias do Sul (Sinpré) e Sindicato dos Servidores Municipais de Caxias do Sul (Sindiserv). Para aproximar a vacinação da população, também foram ofertadas doses na Festa da Criança e no 2º Ecofest Primavera.

Preocupada com a necessidade de traçar estratégias para ampliar as coberturas vacinais, a SMS realizou no início de 2023 uma pesquisa on-line voltada a médicos e também a pais de crianças de até seis anos de idade. O estudo observou, entre outros dados, alto número de situações em que um pai escutou do médico a recomendação de que determinada vacina não era necessária (11% dos pais), e também de profissionais que disseram não conhecer a eficácia de todos os imunizantes disponíveis no SUS (29,2%). Por isso foram ampliadas as capacitações para aumentar o conhecimento técnico dos profissionais de saúde sobre as vacinas, trabalho que já é realizado como parte da rotina da Vigilância Epidemiológica. Em 2023 foram realizadas cinco capacitações voltadas às equipes das UBSs e outras para equipes de maternidades e para clínicas de vacinação privadas, estas duas últimas sobre o novo sistema de imunizações do Ministério da Saúde.

Cenário das coberturas vacinais para crianças menores de um ano:

OBS: dados de 2022 referentes ao ano todo; dados de 2023 parciais até outubro

Febre amarela

• 2022: 66,7%
• 2023: 79,0%

Meningocócica

• 2022: 79,0%
• 2023: 89,9%

Pneumocócica

• 2022: 85,4%
• 2023: 92,5%

Pentavalente

• 2022: 84,1%
• 2023: 88,9%

Rotavírus

• 2022: 84,1%
• 2023: 93,5%