Justiça

Caso Gabriel: Justiça Militar condena brigadiano por falsidade ideológica e absolve outros dois policiais

Gabriel Marques Cavalheiro foi encontrado morto em um açude em agosto do ano passado, em São Gabriel

Caso Gabriel: Justiça Militar condena brigadiano por falsidade ideológica e absolve outros dois policiais
Caso Gabriel: Justiça Militar condena brigadiano por falsidade ideológica e absolve outros dois policiais

A Justiça Militar do Rio Grande do Sul condenou, na madrugada desta sexta-feira (21), o soldado da BM (Brigada Militar) Cléber Renato Ramos de Lima a um ano de prisão, por falsidade ideológica, no julgamento do assassinato do jovem Gabriel Marques Cavalheiro, de 18 anos, ocorrido em São Gabriel, na Fronteira Oeste, em agosto do ano passado.

Segundo a acusação, Cavalheiro redigiu informações falsas no boletim de ocorrência sobre o caso. O sargento Arleu Jacobson e o soldado Raul Pedroso foram absolvidos da acusação de falsidade ideológica.

Os três brigadianos também responderam, na Justiça Militar, por ocultação de cadáver e foram considerados inocentes desse crime. O Ministério Público informou que recorrerá da decisão.

Na Justiça comum, os três réus respondem por homicídio triplamente qualificado. Eles estão presos desde 19 de agosto de 2022, em Porto Alegre. A data do julgamento ainda não foi marcada.

Morte de Gabriel

Gabriel desapareceu no dia 12 de agosto, em São Gabriel, após uma abordagem policial. Segundo testemunhas, ele foi agredido e colocado dentro de uma viatura. O corpo do jovem foi localizado uma semana depois em um açude. Os policiais militares negam envolvimento com a morte.

Julgamento na Justiça Comum

Na Justiça comum, a promotora de Justiça Lisiane Villagrande Veríssimo da Fonseca denunciou o trio por homicídio doloso triplamente qualificado (motivo fútil, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima). Na peça, ela descreve que os policiais militares em serviço, durante patrulhamento ostensivo, abordaram a vítima, que foi algemada e brutalmente agredida com golpes de cassetete na região cervical. Na sequência, os denunciados colocaram a vítima no interior da viatura e com ela se deslocaram até a localidade do Lava Pé, local em que ocultaram o corpo de Gabriel. Pelo crime homicídio doloso triplamente qualificado, os réus serão julgados pelo Tribunal do Júri em São Gabriel.