Agro Rural

Câmara Setorial da Citricultura discute medidas para conter detecção da doença HLB

Nos próximos dias, Seapdr irá submeter ao Mapa o plano de exclusão e contingência da praga ainda ausente no RS

Câmara Setorial da Citricultura discute medidas para conter detecção da doença HLB
Câmara Setorial da Citricultura discute medidas para conter detecção da doença HLB (Foto: Fernando Dias/Divulgação)

O Huanglongbing (HLB), também conhecida como Greening, principal doença mundial dos citros, pautou a reunião híbrida da Câmara Setorial da Citricultura, da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), na última quinta-feira (10). Nos últimos meses, produtores gaúchos de citros têm permanecido em alerta depois de pomares plantados em Santa Catarina terem sido detectados com a praga.

Durante a reunião, os departamentos de defesa sanitária vegetal dos três Estados do Sul apresentaram suas estratégias de contingência, monitoramento, fiscalização e erradicação da doença. O diretor do Departamento de Defesa Vegetal da Seapdr, Ricardo Felicetti, divulgou um esboço do Plano de Exclusão e Contingência do HLB no Rio Grande do Sul que, nos próximos dias, será submetido para análise do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Segundo Felicetti, nenhum foco de Greening foi constatado até o momento no Estado. Nesse ano, 161 pomares gaúchos foram monitorados pelos fiscais do serviço oficial. No entanto, o diretor reconhece que há riscos de ingresso da praga.

“Com a divulgação do nosso plano de contingência, a ideia é que haja uma maior conscientização de todos os envolvidos, produtores, comerciantes, viveiristas, principalmente sobre o transporte de mudas e de ingresso de frutos com resíduos vegetais, para evitar a doença no Rio Grande do Sul”, aponta.

Em Santa Catarina, onde o Greening foi detectado nesse ano, a defesa sanitária está atuando para conter e erradicar as frutíferas diagnosticadas. Segundo o agrônomo da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), Solano Andreis, o primeiro foco positivo no Estado foi confirmado em maio, próximo à área urbana do município de Xanxerê. De lá para cá, outros 23 laudos deram positivos. Uma das suspeitas é que a praga começou a circular no Estado por meio de mudas infectadas. No entanto, Andreis afirma que, até o momento, não foi encontrada a presença do psilídeo Diaphorina citri, que é o inseto vetor da bactéria Candidatus Liberibacter spp., agente causal do Greening.

Também participou da reunião da câmara o fiscal de defesa agropecuária da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), Paulo Marques. Ele relatou as medidas adotadas no estado paranaense, onde a doença foi constatada pela primeira vez em 2007. Naquele Estado, a maior incidência da praga encontra-se justamente na maior região produtora de citros, o Norte e Noroeste.

Para Marques, é preciso que os Estados ampliem a divulgação sobre a doença, suas características e impactos.  diz. Além da eliminação das plantas, Marques recomenda o monitoramento e controle do vetor (o psilídeo Diaphorina citri), bem como tornar mais rigorosa a fiscalização do comércio de mudas.

Ao final da reunião, o grupo tratou da consulta pública do Mapa, aberta até o final desse mês, para revisão do Programa Nacional de Prevenção e Controle à doença denominada Huanglongbing (HLB), instituído pela Portaria 317, de 2021. Uma sugestão que a Seapdr deverá encaminhar à consulta pública é a adoção de medidas mais eficazes para impedir que folhas e resíduos de ramos estejam presentes no transporte interestadual de frutos. Também será sugerida a exigência de autorização do ingresso interestadual de mudas.

 

Com informações: Seapdr