
A ausência do frio, que demorou para chegar neste inverno e vinha preocupando muito os fruticultores, que retardaram ao máximo a prática da poda seca, agora não é mais problema. As ondas de frio em julho e agosto fizeram com que a quantidade de horas de frio necessárias para as frutíferas esteja bem próxima da média neste ano.
Na Serra Gaúcha, a média histórica de horas de frio abaixo de 7,2ºC, de acordo com medição feita pela Embrapa Uva e Vinho de Bento Gonçalves, onde está instalada uma estação meteorológica, é de 409 horas por ano.
O engenheiro agrônomo da Emater-RS, Enio Ângelo Todeschini, explica que a redução das temperaturas e o comprimento dos dias (horas de luz) do outono induzem as plantas das principais espécies de frutíferas de clima temperado cultivadas na Serra – macieira, parreira, pessegueiro, pereira, caquizeiro, ameixeira, figueira, kiwizeiro, mirtileiro e amoreira, à dormência, perdendo as folhas justamente para suportar e sobreviver aos rigores do inverno.
Todeschini comenta que até o final de junho o inverno trazia preocupações aos fruticultores, com um acúmulo de apenas 50 horas de frio, equivalente a um terço da média histórica para o período.
Porém, nos meses de julho e agosto esse panorama mudou completamente. As duas massas de ar frio de julho e que vêm se repetindo sucessivamente em agosto fazem com que o total de horas de frio até o momento, faltando pouco mais de 30 dias para o término do inverno, já se aproxime da média histórica para a região.