O mais recente balanço da sexta edição da Operação Verão do Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Sul (CBMRS), divulgado na noite desse domingo (08), evidencia um cenário que preocupa: é preciso ter mais cuidado na hora de curtir a praia.
De acordo com os dados divulgados pela corporação, guarda-vidas do Litoral Norte já realizaram 244 salvamentos nos primeiros 23 dias da operação, iniciada no dia 17 do mês passado. O número já é maior que aqueles registrados no mesmo período dos últimos três anos.
Entre as cidades recordistas de salvamentos estão Torres (46), Capão da Canoa (38) e Balneário Pinhal (34). Somente neste domingo, dia em que as praias de toda a região estiveram lotadas por conta do tempo convidativo para um banho de mar, 77 salvamentos foram registrados nas praias da região, a maior parte deles em Capão da Canoa, onde 13 banhistas foram resgatados em situação de risco.
No outro extremo, Xangri-Lá aparece como a praia com menor número de salvamentos registrados: foram apenas seis nos primeiros dias da operação.
O único óbito no mar no Litoral Norte desde o início da Operação Verão ocorreu no último dia de 2022: um jovem de 22 anos submergiu no mar, entre as guaritas 159 e 160, ao tentar resgatar um amigo que entrou embriagado nas águas.
O caso foi registrado em Nova Tramandaí, no município de Tramandaí.
Ações de prevenção em baixa
Se o número de resgate de banhistas dentro da água apresenta uma crescente em comparação aos índices dos últimos três anos, as ações de prevenção estão menores nesta temporada: guarda-vidas já emitiram 54.923 alertas aos banhistas que insistem em acessar áreas de risco onde a possibilidade de afogamento é iminente, número menor que nas edições de 2019/20 (57.593), 2020/21 (66.913) e 2021/22 (68.403).
No Litoral Norte, a praia que mais vem “dando trabalho” aos profissionais é Torres, onde mais de 6,2 mil ações de prevenção já foram adotadas pelos guarda-vidas.
Número de lesões por água-viva volta a aumentar
Se comparado à temporada passada, o número de lesões por água-viva registradas nas praias do Litoral Norte aumentou de forma considerável. Foram 7.743 registros até o momento, ante 5.740 da temporada passada. Os índices, no entanto, nem de perto lembram aqueles apresentados há três anos, onde mais de 40 mil casos de queimaduras causadas pelo animal marinho foram registrados nas três primeiras semanas da Operação Verão.
Crianças perdidas
Além dos salvamentos e das ações de prevenção, os bombeiros destacam o trabalho para localizar pessoas que desaparecem na beira da praia. Na grande maioria, crianças que saem do campo de visão dos pais ou responsáveis e se perdem em meio à multidão.
Dados parciais mostram que 225 pessoas momentaneamente perdidas foram localizadas com auxílio dos guarda-vidas nas praias gaúchas. Deste grupo, 43,56% está na faixa etária dos seis aos 15 anos.
Conforme o coordenador da Operação Verão do Corpo de Bombeiros Militar, tenente-coronel Isandré Antunes, o número de casos de crianças perdidas aumentou 60% em relação ao ano passado.
“É importante os adultos que estiverem com uma criança sob seus cuidados manterem o contato visual permanente. Qualquer descuido é suficiente para perder a criança de vista. Então, o pai e a mãe que forem à praia precisam dar uma pausa nas redes sociais para ficarem conectados com os baixinhos”, alerta Antunes.
O coronel também destaca que os guarda-vidas têm feito a distribuição de pulseirinhas de identificação para que os pais coloquem em seus filhos. A medida, porém, não significa liberdade total aos pequenos.
“A criança não se perde, quem perde ela é o adulto. A supervisão deve ser constante, inclusive nos rios e piscinas. O CBMRS possui pulseiras distribuídas nas guaritas que estão à disposição da população. E a pulserinha não evita que a criança se perca, ela apenas facilita a recuperação”, esclarece o comandante.
Fonte: Litoral na Rede