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Aumento de casos de sarampo preocupa autoridades de saúde

Aumento recente de casos em vários países preocupa, diz especialista

Aumento de casos de sarampo preocupa autoridades de saúde. (Foto: Karina Zambrana/OPAS/OMS)
Aumento de casos de sarampo preocupa autoridades de saúde. (Foto: Karina Zambrana/OPAS/OMS)

A Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um alerta recente sobre o aumento do número de casos de sarampo ao redor do mundo, destacando a importância crucial da vacinação para conter a disseminação da doença altamente contagiosa.

Em várias partes do globo, incluindo México, Estados Unidos, Reino Unido e Portugal, autoridades de saúde relataram casos confirmados de sarampo, com destaque para uma trágica morte de uma criança de 19 meses na província de Salta, na Argentina.

No Brasil, o Centro de Vigilância em Saúde do Rio Grande do Sul emitiu um alerta após a confirmação de um caso importado de sarampo. Um menino de 3 anos, proveniente do Paquistão, país com circulação endêmica da doença, chegou ao município de Rio Grande em dezembro passado.

Diante dessa confirmação, a Secretaria da Saúde do Rio Grande do Sul reforçou a importância da vacina tríplice viral (sarampo, rubéola e caxumba), disponibilizada gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A recomendação é válida para crianças a partir de 1 ano até os 59 anos, conforme o calendário nacional de vacinação.

O esquema vacinal completo do sarampo consiste em duas doses até os 29 anos, ou uma dose para adultos de 30 a 59 anos. Crianças devem ser vacinadas aos 12 e aos 15 meses, enquanto profissionais de saúde devem receber duas doses, independentemente da idade. Em situações de bloqueio vacinal, a imunização seletiva é recomendada para todos com idade acima de 6 meses.

O sarampo é uma doença infecciosa aguda, viral e extremamente contagiosa, especialmente grave em crianças menores de 5 anos, imunodeprimidos e desnutridos. A transmissão ocorre por meio de secreções ao tossir, espirrar ou falar, e casos suspeitos devem permanecer em isolamento respiratório.

Renato Kfouri, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), destacou que o Brasil perdeu a certificação de eliminação do sarampo em 2018, tornando-se novamente um país endêmico. Apesar da ausência de casos desde junho de 2022, a busca pela recertificação é comprometida por desafios na cobertura vacinal e indicadores de vigilância.

O caso recente de um paciente vindo do Paquistão levanta a preocupação com a entrada de casos importados no país. Kfouri enfatiza a necessidade de vigilância, investigação oportuna e alta cobertura vacinal para evitar surtos de sarampo no Brasil.

Em meio a esse cenário global preocupante, as autoridades de saúde reiteram o apelo à população para garantir que suas vacinas estejam em dia, contribuindo assim para a proteção individual e coletiva contra essa doença altamente contagiosa.