Caxias do Sul

Após morte de idosa, vereadores voltam a criticar situação do Postão 24h

Idosa teria aguardado leito hospitalar por três dias no Postão 24h (Foto: Mauro Teixeira/Grupo RSCOM)
Idosa teria aguardado leito hospitalar por três dias no Postão 24h (Foto: Mauro Teixeira/Grupo RSCOM)


A morte da idosa Rosalina Slongo, de 77 anos, expôs mais uma vez a situação calamitosa da saúde pública em Caxias do Sul. Essa, ao menos, é a avaliação dos vereadores, que voltaram a criticar a gestão do prefeito Daniel Guerra durante a sessão da Câmara de Vereadores desta terça-feira, dia 4. Conforme o vereador Alberto Meneguzzi (PSB), a idosa morreu logo após chegar no hospital Virvi Ramos na manhã da última sexta-feira, dia 30. Ela aguardava um leito hospitalar desde a terça-feira.

Idosa teria aguardado leito hospitalar por três dias no Postão 24h (Foto: Mauro Teixeira/Grupo RSCOM)

Meneguzzi, inclusive, foi um dos mais incisivos nas críticas. Ele informou que encaminhou um ofício à Secretaria Municipal da Saúde, ao Conselho do Idoso e à Fundação de Assistência Social (FAS), para que investiguem as circunstâncias da morte da idosa. “Esse é o reflexo da falta de leitos na saúde pública de Caxias. Quantas Rosalinas precisarão morrer para que se dê suporte de saúde com qualidade aos caxienses?”, questionou.

A falta de leitos hospitalares na saúde pública de Caxias do Sul é apontada pela Comissão de Greve dos médicos que atendem pelo Sistema Único de Saúde na cidade como um dos principais gargalos da saúde pública. No mês passado, um menino de dez anos teve o testículo amputado após aguardar mais de 30 horas por um leito depois de ser atendido no Postão. Dados da Secretaria Municipal da Saúde mostram que o município tem, atualmente, a oferta de 422 leitos hospitalares. No ano passado, o número era de 433.

O vereador Renato Nunes (PR), um dos líderes da oposição na câmara, defendeu a administração municipal. Ele buscou dados de gestões anteriores e relembrou a morte do pedreiro Pedro Lemos dos Santos, que aguardou atendimento no Postão por quatro dias em 2013. “Eu não posso deixar de fazer o contraponto. Vocês atiram pedras, senhores vereadores, mas o teto de vocês não é nem de vidro. É de papel”, criticou.

 

 

 

 

 

Logo após a manifestação de Renato Nunes, Rafael Bueno (PDT) rebateu e defendeu a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a situação da saúde pública. “Só vejo a administração de vocês olhando pelo retrovisor. A saúde não pode esperar explicação vereador. Vocês precisam dar explicação do que está sendo feito. E passou da hora dessa Câmara de Vereadores abrir uma CPI para investigar o caos da nossa saúde pública”, disse.

Renato Oliveira (PCdoB) também criticou a postura de Renato Nunes. “Eu achei que o vereador utilizaria a declaração de líder para anunciar quando o município vai abrir a UPA Zona Norte. Nós precisamos pensar para a frente, pra isso que o prefeito Daniel Guerra foi eleito”, cobrou.

Na tarde de hoje, os vereadores que compõe a Comissão de Saúde e Meio Ambiente vão acompanhar a Secretária de Saúde, Deysi Piovesan, em uma visita à UPA Zona Norte.

Sessão marcada por posse de suplente e retorno de vereador

A sessão desta terça-feira também foi marcada pela posse da vereadora Ana Corso (PT), que assume em função da licença maternidade da vereadora Denise Pessôa (PT). Já o vereador Flávio Cassina (PTB), retornou ao plenário após um mês de licença para tratar de assuntos particulares. Ele não recebeu remuneração do legislativo no período e foi substituído por Clóvis de Oliveira, o Xuxa (PTB).