Com pouco mais de 170 dias de trabalho do novo Governo Federal, liderado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o empresariado caxiense pôde observar a troca de comando, ter impressões iniciais das propostas da gestão e elencar expectativas para o exercício atual, que vai até 2026. Celestino Oscar Loro, presidente da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC), espera, à curto prazo, uma redução das taxas de juros.
A Selic, taxa básica de juros, atualmente está em 13,75% ao ano, mesmo com a queda recente da inflação. Nesta quarta-feira (21), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) deve definir o índice e, segundo edição mais recente do boletim Focus, manter o mesmo patamar pela sétima vez seguida. A expectativa do mercado financeiro, entretanto, é de que a Selic encerre 2023 em 12,25%.
“A inflação mostra claros sinais de retração, então agora é necessário que se negocie em uma redução da taxa de juros, que tem sido proibitiva para investimentos. Não é possível sustentar qualquer tipo de investimento com uma taxa desse tamanho. Ela prejudica absurdamente o mundo público, que é o maior consumidor de dinheiro do mercado, ou seja, ele paga mais juros para o mercado, onera mais as nossas contas, e no mundo privado é muito difícil você motivar alguém com uma taxa de juros dessa natureza”, destaca Loro.
O empresário entende que a gestão Lula ainda se apropria das questões governamentais, com certa apreensão na economia, apesar de ter apresentado o novo arcabouço fiscal. Ele interpreta que o ambiente político está sendo acomodado, com negociações para sustentar a base de governo e aumentar a representação no Congresso. “O sentimento desses primeiros seis meses é ‘procurando conhecer a maneira do novo governo’ “, resume Loro.
Os principais anseios do empresariado são, de acordo com o presidente da CIC, uma redução do tamanho do Estado e a implantação de um novo sistema de captação de impostos, ou seja, uma reforma tributária.
“Estamos ansiosos para ver temas caros para o mundo empresarial evoluírem. Redução do tamanho do Estado, privatização de empresas públicas deficitárias, enfim, reforma administrativa. Nós precisamos redesenhar o tamanho do Estado, o Estado está muito grande, está muito pesado, está muito oneroso e precisa ser redesenhado”, opina.
Em uma análise do contexto local, Celestino Loro sustenta a importância da conquista dos recursos necessários para a operação dos 118 novos leitos do Hospital Geral (HG). O custo da estrutural é projetado em cerca de R$ 7 milhões mensais.
Loro revelou que, nesta semana, uma comitiva formada por autoridades políticas, empresariais e da saúde da Serra Gaúcha vão novamente à Capital Federal buscar novos subsídios junto ao Ministério da Saúde.
“O Hospital Geral tem uma infraestrutura magnífica de primeiro mundo, padrão privado e que não está em funcionamento por falta de recursos. Então vão estar lá integrantes, inclusive da CIC, em Brasília, no Ministério da Saúde, procurando consertar toda essa liberação de recursos, da ordem de 7 a 8 milhões mensais, para que efetivamente esse ativo que a cidade construiu possa ser entregue para a sociedade como uso fruto dele”, finalizou.