Caxias do Sul

Governo ameaça demitir professores, mas greve segue em 41 escolas de Caxias

Professores tentam sensibilizar a população durante a Feira do Livro. (Foto: Facebook/Divulgação/Cpers)
Professores tentam sensibilizar a população durante a Feira do Livro. (Foto: Facebook/Divulgação/Cpers)

A greve dos professores da rede estadual de ensino segue em ao menos 41 escolas de Caxias do Sul. Conforme o levantamento realizado pelo Cpers/Sindicato, são 17 colégios com paralisação total e outros 24 aderem parcialmente ao movimento na cidade. Segundo a entidade, também há escolas com professores paralisados em Farroupilha (3), Nova Petrópolis (4) e São Marcos (4).

Professores tentam sensibilizar a população durante a Feira do Livro. (Foto: Facebook/Divulgação/Cpers)

Na última segunda-feira, o governo do estado ameaçou demitir os professores que trabalham por meio de contrato temporário e aderiram ao movimento grevista. Além disso, os profissionais seriam colocados em uma espécie de “lista negra” para que não fossem chamados novamente. Na sexta-feira, dia 29, outra medida anunciada pelo governador José Ivo Sartori foi o corte do ponto dos grevistas, mas a ação foi vetada em caráter liminar pela Justiça.

O Diretor-Geral do Cpers na Serra Gaúcha, David Carnezella, critica a postura do governo e diz que, apesar das ameaças, os professores seguem em greve por tempo indeterminado.

“Alguns se sentem ameaçados pelo governo, mas não vai ser essa ameaça que vai acabar com a greve. Eu acho que o governo deveria se preocupar mais em trazer uma proposta para unir a categoria, para que a gente volte o quanto antes. A verdade é que os professores estão se mobilizando para que a greve seja forte e não seja tão duradoura. Nós não queremos prejudicar a sociedade, queremos ser valorizados e que mude a prioridade do governo, para que não se invista em presídios, mas sim em escolas”, argumenta.

Os professores reclamam, entre outros pontos, do parcelamento de salários, do sucateamento da educação e do pagamento do 13º salário de 2016 em 12 vezes. Desde o início deste mês, o governo mudou a estratégia e decidiu pagar de forma integral os servidores que ganham menos. A medida foi justificada pelo acirramento da crise financeira e pelo ingresso de centenas de ações de dano moral por parte de servidores com salários em atraso.

Amanhã, alunos e professores da escola Irmão Guerini realizam uma caminhada pelo bairro Ana Rech. O ato deve terminar na Praça Pedavena.

Lista das escolas em greve segundo o Cpers nesta terça-feira.