Agro Rural

Alta nos indicadores do agronegócio atinge o produtor e o consumidor final

Os dados estatísticos foram divulgados pela Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul)

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(Foto: Internet/Reprodução)


Dados estatísticos da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), divulgados nesta terça-feira (28), apontam que a alta nos indicadores do agronegócio atingem o produtor e o consumidor final. Em maio, o Índice de Inflação dos Custos de Produção (IICP) fechou o mês com crescimento de 2,69% e o Índice de Inflação dos Preços Recebidos (IIPR) aumentou em 2,13%, na comparação com o mesmo período de 2021.

Segundo a economista da entidade, Danielle Guimarães, os agroquímicos, principalmente herbicida e inseticida, puxaram o crescimento nos custos. “Apesar de o Brasil estar conseguindo acessar a compra destes fertilizantes, ainda assim, todas as incertezas que existem no mercado internacional em função do conflito entre a Rússia e a Ucrânia acabou se refletindo no preço”, destaca.

No acumulado no ano, o IICP ficou 10,39% maior do que o mesmo período do ano anterior. Em 12 meses, somou 44,67%. “Vale lembrar que, em 2021, este indicador acumulou uma inflação mais de 50%. Ou seja, estamos falando de um crescimento de quase 45% agora em cima de um ano que já foi de alta”, explica Danielle.

Em relação ao IIPR, o levantamento mostra que os maiores incrementos foram observados no trigo, em um movimento sazonal por ser período de plantio, e na soja, refletindo a retomada da alta da taxa cambial no último mês. Em 12 meses, o indicador registrou alta de 7,31%.

Segundo a economista, os custos de produção vêm crescendo de forma mais acelerada do que preços dos alimentos, estreitando a mas margens de lucro dos produtores. “A alta expressiva do IIPR ficou bem abaixo do que o índice de custos vem acumulando e também bem menos do que o IPCA de alimentos. Isso significa que, nos últimos 12 meses, o produtor aumentou os custos em 7,31% e ao consumidor o preço subiu 13, 5%. Isso comprova que o momento de inflação dos alimentos não é necessariamente reflexo do preço cobrado pelo produtor e sim fruto do período de inflação generalizada que o Brasil enfrenta em todos os setores”, finaliza a economista.

Fonte: Correio do Povo