
Este mês é conhecido mundialmente como o Agosto Dourado, de incentivo ao aleitamento materno. Para 2021, a Aliança Mundial para Ação de Aleitamento Materno traz como tema a responsabilidade compartilhada. Ou seja, além conscientizar à sociedade acerca das vantagens do aleitamento materno, também levanta a bandeira da necessidade de fortalecer a importância da rede de apoio à amamentação, que se trata de um grupo de pessoas que podem contribuir de alguma forma com a mãe lactante.
Conforme Eduarda Teixeira, enfermeira obstétrica e responsável pela maternidade do Hospital São Pedro, que também atua como assessora de aleitamento materno e doula, a amamentação é um dos momentos mais desafiadores e precisa ser trabalhada desde o pré-natal para que haja um empoderamento da mãe através de informações que trarão benefícios para ela e seu bebê.
“Esse incentivo precisa iniciar desde muito cedo, desde o pré-natal. É necessário mostrar para esta mulher quais são os benefícios que ela e seu bebê terão com a amamentação. Eu costumo dizer que a mulher tem a falsa ideia de que o parto é o momento mais desafiador. Porém, o momento que mais exigirá desta mãe é a amamentação. Por isso, a importância dela estar amparada desde o princípio, seja no ginecologista, nas Unidades Básicas de Saúde ou em clínicas particulares. É necessário prestar total apoio para que não haja um desmame futuro por falta de acompanhamento e orientações adequadas”, explica a profissional.
A enfermeira destaca que a amamentação é mais do que um ato de amor, é um ato de doação. Para conseguir amamentar, a mulher precisa estar tranquila, descansada, bem alimentada e hidratada. E, a rede de apoio é fundamental para que a mãe não desanime diante das dificuldades. Toda a sociedade pode contribuir ao dar condições para que a mãe amamente, seja nas primeiras horas após o nascimento do bebe com o amparo adequado dos profissionais da saúde; em casa, com a família e até no trabalho, amparada pelas leis.
“Quando nasce um bebê, nasce também um pai e uma mãe. E, todos precisam aprender juntos. A mãe, que está totalmente atenta as necessidades do seu filho, enfrenta também mudanças na sua rotina, no seu corpo, hormônios e tantos outros fatores, que sem apoio, podem vir a prejudicar inclusive na amamentação”.
A amamentação é, isoladamente, a estratégia que mais contribui para a diminuição da mortalidade infantil em todo o mundo, conforme a Organização Mundial da Saúde. Dados do Ministério da Saúde apontam que o leite materno pode reduzir a mortalidade por causas evitáveis em crianças menores de 5 anos. Além disso, os riscos de desenvolver um câncer de mama reduzem em 6% a cada ano que a mulher amamenta, entre outros benefícios.
O mito do “leite fraco” é uma informação que implica na introdução de outros aditivos na alimentação dos bebês, de forma desnecessária. Sendo que, o leite materno é considerado padrão ouro, pois contem tudo o que é necessário para a alimentação da criança até os seis meses.
“Desta forma, cada mãe produz o leite que o seu bebê precisa. Nos primeiros dias o leite é o colostro. Ele vem em pouca quantidade, porque o bebê só precisa disso, sendo rico em anticorpos. Logo após, esse leite muda para um mais branquinho, que é rico em água, nutrientes e gordura”.
Ainda de acordo com a enfermeira, outro fator que caba influenciando no desmame precoce está relacionado a volta da mulher ao trabalho e a falta de estrutura para amparar a lactante. Em Garibaldi, há um projeto em andamento para auxiliar as empresas a garantirem uma estrutura adequada a essas mulheres.
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