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Agronegócio tem um terço do PIB brasileiro. Entenda os investimentos no setor

Segundo levantamento da B3, há 1,62 milhão de investidores no setor que aplicam cerca de R$ 411 bilhões, o que representa uma alta de 79%

Agronegócio tem um terço do PIB brasileiro. Entenda os investimentos no setor
Foto: Divulgação

O agronegócio é o carro chefe da economia brasileira. Afinal de contas, em 2022, o agro foi responsável por 24,8% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).

Diante da sua importância, há uma variedade de investimentos para fortalecimento do setor que vão desde opções de renda fixa, a fundos e até mesmo ações. Não é à toa que o número de investidores do agronegócio praticamente dobrou. Segundo um levantamento da B3 (B3SA3), há 1,62 milhão de investidores no setor que aplicam cerca de R$ 411 bilhões, o que representa uma alta de 79%.

Para o portal UOL, o co-head de agro da EQI Asset, Eça Correia, destacou que o agronegócio está se consolidando na bolsa porque as empresas estão cada vez mais profissionais com a mudança de geração dos donos e gestores.

Se você quer investir no agronegócio, mas ainda tem medo de entrar na renda variável, não se preocupe, há diversas opções em renda fixa e que ainda fazem parte do desenvolvimento do agronegócio, como as CRAs e as LCAs, que são títulos de renda fixa.

Por que vale a pena investir no agronegócio brasileiro?

A resposta para essa pergunta parece óbvia, mas como investidor é preciso ter um ponto de reflexão para investir em um determinado setor. Como mencionado no início deste artigo, o agronegócio foi responsável por 24,8% do PIB brasileiro. Apesar disso, ele diminuiu um pouco a sua representatividade, visto que no ano passado, o peso era de 26,6%.

Os anos de 2020 e 2021 foram super positivos para o setor ao bater recordes de produção e garantiu que o agro se mantivesse com uma taxa de crescimento anual média de 10% nos últimos dez anos. Contudo, 2022 foi desafiador com o conflito entre Ucrânia e Rússia, que provocou um aumento expressivo dos custos com insumos, como fertilizantes, defensivos, combustíveis e sementes.

Em razão disso, o PIB do agronegócio brasileiro registrou uma queda de 4,22% em 2022.

Por outro lado, o ramo pecuário apresentou um avanço de 2,11% no PIB em 2022, impulsionado pelos segmentos primário e de agrosserviços.

Mesmo com este cenário é preciso destacar que o Brasil é uma potência mundial no agronegócio. O país está entre os cinco principais produtores das 25 maiores commodities do mundo, como soja, milho, café, laranja e carnes.

E quais são os riscos de investir no agro?

Além do fator geopolítico, que foi citado antes, ainda há problemas com os gargalos de infraestrutura e logística no país, que ainda é um limitador para ter custos ainda melhores. O clima também pode atrapalhar o desempenho das safras.

Correia comentou que ao fazer aportes em ações de empresas com atividade na agricultura, o investidor deve saber que passa a correr os riscos do agronegócio, que é afetado pelo clima.

Se for investir em ações, lembre-se que há uma volatilidade natural dos papéis. Logo, o investidor deve ter disposição de ver os ativos caindo e subindo a todo instante e que dependem do humor do mercado.

Onde investir no agronegócio?

Investir no agronegócio é uma opção cada vez mais procurada pelos investidores brasileiros. Existem diversas alternativas de investimentos no setor, sendo que as mais conhecidas são: a LCA, a CRA, o Fiagro e as ações na Bolsa.

A Letra de Crédito do Agronegócio (LCA) é emitida por bancos e é semelhante à LCI. Ao investir em uma LCA, a pessoa está emprestando seu dinheiro para que uma instituição financeira possa conceder crédito para a produção agrícola. É um investimento em renda fixa que pode ter remuneração prefixada, pós-fixada ou pelo IPCA. É importante ficar atento ao prazo de vencimento para evitar prejuízos.

A Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA), por sua vez, é emitida por empresas do setor agro. Esses títulos de crédito a receber são oferecidos a investidores no mercado, de forma semelhante aos CRIs. Assim como a LCA, a CRA é um ativo de renda fixa que pode ter remuneração prefixada, pós-fixada ou atrelada à inflação. Uma grande vantagem desses investimentos é que são isentos de Imposto de Renda.

O Fiagro é um fundo de investimento do agronegócio, semelhante aos fundos imobiliários tradicionais. O investidor recebe o aluguel de uma propriedade rural, podendo ter uma renda passiva com esse investimento. Além disso, o fundo pode investir em recebíveis ou participação em empresas do setor agroindustrial. É importante lembrar que, para ser isento de Imposto de Renda, o Fiagro precisa ter ao menos 50 cotistas e suas cotas devem ser negociadas na Bolsa de Valores ou no mercado balcão organizado.

Por fim, as ações na Bolsa são uma alternativa para investir no agronegócio. Há diversas empresas do setor listadas na B3, como Marfrig (MRFG3), BRF (BRFS3), JBS (JBSS3), AgroGalaxy (AGXY3), SLC Agrícola (SLCE3), São Martinho (SMTO3), Raízen (RAIZ4), Kepler Weber (KEPL3), Boa Safra, (SOJA3), Jales Machado (JALL3) e M. Dias Branco (MDIA3). É importante lembrar que investir em ações envolve riscos e é importante buscar orientação de um profissional para tomar decisões mais seguras.

Em resumo, o agronegócio oferece diversas opções de investimentos para quem busca diversificar sua carteira. Cada opção tem suas particularidades e é importante avaliar qual se adequa melhor ao perfil e objetivos do investidor.