Caxias do Sul

Ação judicial tenta evitar fechamento do Postão 24 Horas em Caxias

Ação judicial tenta evitar fechamento do Postão 24 Horas em Caxias Ação judicial tenta evitar fechamento do Postão 24 Horas em Caxias Ação judicial tenta evitar fechamento do Postão 24 Horas em Caxias Ação judicial tenta evitar fechamento do Postão 24 Horas em Caxias
TAC celebrado entre Prefeitura e Ministério Público Estadual e Federal contém série de erros, na avaliação de advogado da ação. Foto: Maicon Rech
TAC celebrado entre Prefeitura e Ministério Público Estadual e Federal contém série de erros, na avaliação de advogado da ação. Foto: Maicon Rech

O documento, protocolado na quinta-feira (11), na 2ª Vara Cível Especializada em Fazenda Pública de Caxias do Sul, sob responsabilidade do juiz Clóvis Moacyr Mattana Ramos, visa evitar o fechamento integral do Pronto Atendimento 24 Horas, além de não autorizar a realocação dos profissionais para outros estabelecimentos de saúde de Caxias do Sul. O autor da ação é o motorista Gustavo Vasquez Santillán, que é esposo de uma médica que trabalha no PA.

TAC celebrado entre Prefeitura e Ministério Público Estadual e Federal contém série de erros, na avaliação de advogado da ação. Foto: Maicon Rech

O fechamento do Pronto Atendimento, previsto para ocorrer às 23h59 desta terça-feira (16), ocorre sob um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), celebrado entre a Prefeitura de Caxias do Sul e o Ministério Público Estadual e Federal. Porém, na avaliação do advogado da ação, Giancarlo Fontoura Donato, o documento contém diversos erros.

O TAC prevê o encerramento das atividades do PA, mas não deixa claro sobre a data de reabertura nem se os funcionários serão remanejados novamente para atendimento no local. Além disso, o advogado avalia que há pontos autorizando a terceirização dos serviços, situação que não foi autorizada pelo Conselho Municipal de Saúde, “o documento prevê a contratação de mão-de-obra que não seja concursada, ou seja, é a terceirização”, explica.

Outro erro, segundo o advogado, é a ausência da participação das atividades de classe na elaboração do documento. Os interessados no assunto, e que não foram chamados para construir o TAC, são os conselhos Municipal de Saúde, Regional de Medicina e Regional de Enfermagem. O Sindiserv, que representa os servidores públicos de Caxias, também não foi consultado.

Composto por 24 clásulas, o TAC prevê multa para a Prefeitura, caso a administração municipal descumpra algum dos itens de maneira injustificada. Entretanto, o advogado estranha a maneira de como isso será feito, “será uma multa de R$ 5 mil por dia a cada cláusula descumprida. Porém, caso isso ocorra, esse valor será destinado para o Fundo Municipal da Saúde”. O Fundo é administrado pela Prefeitura. Na avaliação de Donato, para este tipo de situação a penalidade deveria ser entre R$ 100 mil e R$ 200 mil. Além disso, o montante deveria ser repassado para alguma instituição de caridade definida pelo Poder Judiciário.

Outros problemas
Além dos erros já citados, a ação impetrada por Santillán alega outros pontos que resultarão em aumento de gastos ao município. O documento prevê a criação de mais uma linha de ônibus, que fará o trajeto entre o PA até a UPA Zona Norte, prevista para funcionar todos os dias, incluindo finais de semana e feriados.

Por mais de uma vez o TAC determina pontos que resultarão na terceirização dos serviços. Há, também, a previsão de reforço no atendimento da saúde básica. Porém, não deixa claro sobre a origem de recursos financeiros para que isso seja viabilizado. O advogado da ação destaca que, caso seja levado adiante, estas questões resultarão em gastos não inclusos em previsão orçamentária, o que é vedado pela Lei de Responsabilidade Fiscal.

Número do processo: 9007475-32.2018.8.21.0010