Polícia

"A gente é capaz do que a gente quer ser" diz a única soldado do Canil de Caxias do Sul

Foto: Joel Arrojo / BM
Foto: Joel Arrojo / BM

Dentre uma das frases ditas costumeiramente pela população, é que a “Mulher é o sexo frágil”. Esta definição não se agrega a Soldado Ana Kaufmann, de 33 anos, a qual é a única mulher que compõe atualmente a equipe do Canil, no 12º Batalhão de Polícia Militar, em Caxias do Sul.

A moradora de Lages, Santa Catarina, foi criada pelo pai e uma avó de coração, já que perdeu a mãe ainda na infância. Ela chegou na adolescência e decidiu que estudaria Zootecnia na Universidade Federal de Santa Maria. Segundo Ana, seu objetivo profissional não era adentrar na Brigada Militar, mas as oportunidades foram surgindo e ela prestou o concurso.

Dentro da corporação, uniu o amor aos animais e escolheu pelo segmento da Força Tática, integrando o Canil de Caxias do Sul. Ela está a cinco anos neste segmento e há dois anos e meio tem a cumplicidade do Boris, um cachorro da raça Pastor Belga Malinois. Atualmente, ela e Boris participam de ações do policiamento diário como faro de entorpecente, busca e captura de foragidos e trabalhos sociais nas escolas.

Nesta relação, pode se encontrar na profissão e declarar que ama o que faz. Soldado Kaufmann de 33 anos, comenta que no início a família ficou assustada com a escolha de ser policial, entretanto, por saberem que quando ela põe algo na cabeça, ninguém retira, aceitaram e a apoiam.

Na profissão é respeitada e tem bom relacionamento com os colegas. Ana relatou que a cada dia ela conquista seu espaço na corporação e na sociedade, onde os moradores de Caxias do Sul a respeitam muito. A soldado destacou que já recebeu muitos elogios e outras mulheres já declararam que a usam como ponto de referência.

“Eu acho que a gente pode ser o que a gente quiser, é só a gente ter na nossa cabeça, nosso objetivo, lutar pelo que a gente quer que a gente conquista qualquer coisa, a gente não tem menos capacidade que ninguém, não é menos capaz que um homem, a gente é capaz do que a gente quer ser, só colocar isso na nossa cabeça e lutar pelo nosso objetivo a gente alcança”, salientou Ana.

Boris

O cão foi escolhido por Ana ainda quando criança e até os seis primeiros meses, ocorreu o processo de socialização com o trabalho dele, com locais que vai frequentar e conviver. Após, começou um trabalho mais específico para ele ser usado nas operações de farejar, buscar e identificar.

Ana contou que para que o animal obedeça e localize o objeto ilícito é necessário associar o odor da droga, da arma ou da pessoa a algo que ele goste muito, como alimentos e brinquedos. Boris tem uma bolinha azul a qual é inseparável.

O cão policial trabalha em média oito anos, segundo a soldado, após ele se aposenta quando a saúde não lhe permite mais continuar na profissão. A preferência para ficar com o animal é do tutor policial.

O Grupo RSCOM presta uma homenagem a todas as mulheres pela passagem do seu dia.

Fotos: Rodrigo Alves / BM