APESAR DAS ENCHENTES

RS aumenta 5,6% e realiza 1,6 mil transplantes de órgãos em 2024

Mais da metade foram de córneas, seguidas de coração, pulmão, fígado e rim. Notificações transformadas em doações superam a média nacional

Transplantes aumentaram mais de 5% em relação a 2023, apesar da tragédia climática
Transplantes aumentaram mais de 5% em relação a 2023, apesar da tragédia climática

Dados da Central de Transplantes da Secretaria Estadual da Saúde (SES) revelam que, no ano passado, foram realizados 1.634 transplantes de órgãos no Rio Grande do Sul. O número representa um aumento de 5,6% em relação aos 1.546 transplantes de 2023. 

Ainda de acordo com o levantamento, foram 26 transplantes de coração, 35 de pulmão, 134 de fígado, 557 de rim e 882 de córnea. Também foram realizados 1.504 procedimentos de tecidos. Exceto pelo transplante de fígado (142), todos os números do ano passado superam os do ano anterior.  

O relatório ainda demonstra 780 notificações por morte encefálica, indicando possíveis doadores, com 194 doadores efetivos, nos quais foi possível a retirada de algum órgão. Em 2023, foram 838 notificações e 285 doadores efetivos. Embora abaixo dos indicadores do ano anterior, o percentual de 24% das notificações que se tornam doações supera a média nacional, que foi de 19%. 

O número de doadores efetivos também é praticamente igual ao de 2022 (197). O número supera os 161 do ano anterior; e os 182 de 2020. Já o número de notificações foi o segundo maior desde 2017, quando foram registradas 789 ocorrências.

Enchentes

A SES avalia que a tragédia climática ocorrida em maio do ano passado foi um empecilho para a rede de transplantes. Isso porque afetou a circulação de pacientes e de órgãos. Naquela época, devido às inundações, o Estado ficou, temporariamente, fora da rede nacional de envio e recebimento de órgãos e tecidos para transplantes. Mesmo assim, os procedimentos foram realizado mesmo com as dificuldades de logística.

“Mesmo no período de adversidade que enfrentamos durante a calamidade em 2024, foram realizados 40 transplantes de córnea, que tínhamos em estoque. No período das enchentes, fomos impactados pela dificuldade de acesso e de deslocamento nas cidades. Dada a circunstância daquele momento, fizemos uma regionalização para atender às demandas. Houve ainda um momento em que tivemos de ficar sem captação, mas em seguida retornamos”, salienta o coordenador-adjunto da Central de Transplantes, James Cassiano.