A Polícia Civil deflagrou a Operação Porta Fechada para desarticular uma organização criminosa envolvida em tráfico de drogas e outros crimes no Rio Grande do Sul. A ação prendeu 32 suspeitos, apreendeu 12 armas, 27 kg de drogas e munições, além de cumprir 41 mandados de prisão e 45 de busca e apreensão.
A ação abrange 21 municípios, incluindo Porto Alegre, Viamão, Guaíba, Canoas, Sapucaia do Sul, Esteio, Novo Hamburgo, São Leopoldo, Charqueadas, Lajeado, Cruzeiro do Sul, Capão da Canoa e Erechim, no Rio Grande do Sul, além de Cuiabá (Mato Grosso), bem como Palhoça e Passo de Torres (Santa Catarina), assim como Maringá e Sarandi (Paraná).
Com a mobilização de mais de 200 policiais civis, a operação tem como foco desmantelar a rede criminosa, atingir sua estrutura financeira e neutralizar atividades ilícitas.
Investigações:
As investigações tiveram início em julho de 2024, após a apreensão de 400 kg de maconha em Sapucaia do Sul, no Rio Grande do Sul. Os criminosos estavam prestes a armazenar a droga em um depósito de entorpecentes. Além disso, a operação também resultou na apreensão de balanças de precisão, um furgão com placas clonadas e um celular, que se revelou crucial para dar continuidade às investigações. Assim, a polícia conseguiu identificar uma organização criminosa altamente estruturada, especializada em tráfico de drogas, agiotagem, adulteração de veículos, entre outros crimes. O grupo atuava em 21 municípios de cinco estados, com forte presença na Região Metropolitana de Porto Alegre.
Operação Porta Fechada:
A Polícia Civil planejou a Operação Porta Fechada com o objetivo de desmantelar a estrutura financeira e operacional da organização criminosa, tanto no Rio Grande do Sul quanto em outras regiões do Brasil. A investigação revelou que o grupo realizava transportes de grandes quantidades de drogas, incluindo uma apreensão de cinco toneladas de maconha, avaliada em R$ 10 milhões, interceptada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF). Embora parte dos líderes tenha sido presa, a organização continuou operando por meio de ordens enviadas de dentro dos presídios. Além disso, além do tráfico, o grupo também estava envolvido em fraudes financeiras e golpes, utilizando uma empresa do setor alimentício que fornecia produtos para as cantinas das penitenciárias gaúchas.
Esquema de Golpes:
A investigação revelou que a organização utilizava uma empresa contratada pela Superintendência de Serviços Penitenciários (Susepe) para lavar dinheiro obtido por meio de fraudes e extorsões dentro dos presídios. Dessa forma, a organização disfarçava os valores como pagamentos para produtos destinados às cantinas prisionais e transferia-os para contas bancárias da empresa. O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) identificou movimentações financeiras suspeitas, com transações que ultrapassaram R$ 32 milhões em menos de 10 meses. Além disso, foi detectada uma operação imobiliária suspeita, com lucro de 300% em um único dia, sugerindo práticas de lavagem de dinheiro.
Consequentemente, a Operação Porta Fechada resultou no cumprimento de prisões preventivas e temporárias, assim como na apreensão de bens ligados ao grupo criminoso. A investigação, conduzida pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul em colaboração com o Ministério Público Estadual, continua com o objetivo de desmantelar completamente a rede criminosa.