O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP/RS) denunciou ao Poder Judiciário, nesta quinta-feira (21), uma mulher de 42 anos, que matou uma jovem grávida para ficar com o bebê. O caso ocorreu no dia 14 de outubro, no bairro Mario Quintana, zona norte de Porto Alegre. A vítima, Paula Janaína Ferreira Melo, 25 anos, estava grávida de nove meses.
A promotora Lúcia Helena Callegari, da Promotoria de Justiça do Tribunal do Júri de Porto Alegre, denunciou a mulher por quatro crimes: homicídio qualificado, aborto e ocultação de cadáver, e delito de dar parto alheio como próprio. Sobre o homicídio, a representante do MP salienta as qualificadoras de motivo torpe, emprego de meio cruel para dificultar a defesa da vítima, dissimulação e para assegurar a execução de outro crime.
“O Ministério Público ofertou denúncia contra esse caso que chocou a todos nós gaúchos pela forma de sua execução planejada, organizada e abalando o estado civil das pessoas. Uma pessoa atrai outra, uma grávida de nove meses, simulando que vai fazer uma doação e simplesmente a mata, tira o bebê e tenta fazer com que o bebê seja seu aos olhos de todos. Um crime lamentável que merece uma punição equivalente à gravidade de tudo que aconteceu”, diz a promotora Lúcia Callegari.
Os crimes
De acordo com a investigação, no dia 14 de outubro, a denunciada atraiu a vítima até à casa dela, localizada no mesmo bairro. A intenção era roubar o bebê e se tornar a mãe da criança. Para isso, a mulher prometeu doações.
A mulher fingiu para a vítima que também estava grávida. Tudo isso, com o objetivo de criar um vínculo de confiança com a jovem. Logo após, usou um instrumento contundente (não divulgado) para atingir diversas vezes a cabeça de Paula Melo. Depois, cortou a barriga dela para retirar a criança.
No dia seguinte, após ter simulado um parto, a autora dos crimes e o bebê foram levados para um hospital de Porto Alegre. Entretanto, os médicos constataram a farsa e acionaram a polícia. A mulher foi presa e o corpo da vítima foi descoberto embalado em cobertores e sacos plásticos embaixo da cama, na casa da denunciada.
Paula e o bebê, que havia recebido o nome de Endrick pela família e estava previsto para nascer dia 5 de novembro, foram sepultados no dia 17 de outubro, na capital gaúcha. Ainda conforme a investigação, a denunciada, que é casada e tem dois filhos adotivos, agiu sozinha na execução dos crimes.