O Rio Grande do Sul fechou o primeiro trimestre de 2025 com o melhor desempenho em emplacamentos de veículos desde 2019. O resultado foi apresentado em um balanço dos primeiros meses de 2025 no mercado automotivo divulgado pelo Sindicato do Concessionários e Distribuidores de Veículos (Sincodiv-RS) nesta segunda-feira (07).
De janeiro a março, foram emplacadas 43.043 unidades, o que representa um volume 8,79% superior ao registrado no mesmo período do ano passado. Na comparação com o cenário nacional, o Estado teve um crescimento maior em volume de vendas do que o Brasil como um todo, que apresentou alta de 8,03%
Para o presidente do Sincodiv/Fenabrave-RS, Jefferson Fürstenau, o resultado positivo também reflete a recuperação gradual do setor automotivo após as enchentes de maio de 2024. Ele afirma que um dos motivos para isso é a grande quantidade de investimentos vindos de outros estados após a tragédia.
Queda no ranking nacional
Mesmo com o bom desempenho, o RS caiu da sétima para a nona posição no ranking nacional de emplacamentos. O Estado mantinha a posição anterior desde 2021. A maior preocupação vem do setor de duas rodas: na análise do segmento, as motocicletas tiveram o pior desempenho, ocupando a 18ª posição no ranking nacional.
Pernambuco e Goiás passaram na frente do mercado gaúcho no ranking de emplacamentos, vendendo 18 mil e 9 mil motos a mais do que o RS, respectivamente.
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“A perda de duas posições acende um alerta para a competitividade regional e aponta a necessidade de políticas mais arrojadas de incentivo à renovação de frota, crédito e inovação, principalmente no setor de duas rodas”, ponderou o presidente.
Avanço tímido
Na comparação com fevereiro, março registrou um crescimento de 0,66% no volume total de emplacamentos no RS, totalizando 14.139 unidades. O desempenho é inferior ao realizado em 2023 (14.869) e 2024 (14.619). Entre os destaques positivos do mês frente a fevereiro estão caminhões (+5,34%), motocicletas (+3,74%), automóveis (+1,39%) e comerciais leves (+1,85%).
Já os segmentos com retração em março foram dos ônibus (-10,81%), implementos rodoviários (-22,46%) e outros (-4,72%). Em comparação com o mesmo mês no ano anterior, março de 2025 apresentou retração de 3,26% no volume total.
Incerteza após taxações americanas
Diante da série de tarifas anunciadas pelo governo dos Estados Unidos na última quarta-feira (02), o futuro do mercado automotivo segue incerto. Fürstenau ressalta que o Brasil tem o maior mercado automotivo da América Latina e vive um período de transição, mas ainda depende de outros países para parte da produção. Além disso, o sindicato afirma que os impactos do chamado “tarifaço” dependerão dos incentivos do governo brasileiro. Eles podem ser direcionados à indústria, com foco na produção, ou no consumo. Nesse último caso, o Brasil pode se tornar um grande importador.
