O ex-prefeito de Taquara, Emanuel Hassen (PT) foi anunciado, nesta quarta-feira (11), como o novo secretário da Reconstrução do Rio Grande do Sul. Ele vai substituir Paulo Pimenta, que volta à chefia da Secretaria de Comunicação Social (Secom) do governo federal.
Maneco, como é mais conhecido, é advogado, e foi prefeito de Taquari por dois mandatos, em 2012 e 2020. Na segunda gestão, assumiu a presidência da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs). Atualmente, era o secretário de Comunicação Institucional do governo Lula da Silva (PT), órgão subordinado à Secom.
A estrutura da secretaria vai ser ampliada em relação ao órgão extraordinário criado pelo governo federal, no dia 15 de maio, por meio de Medida Provisória que perdeu a validade nesta quarta-feira (11), com a finalidade de se aproximar dos trabalhos de reconstrução do Estado após as enchentes. A nova secretaria não terá status de ministério e passa a ser vinculada à Casa Civil do governo federal. Ela vai funcionar com diretorias. Entretanto, os nomes dos diretores ainda estão sendo escolhidos.
Funcionários da Defesa Civil, cedidos pelo Ministério de Desenvolvimento Regional (MIDR), também farão parte da pasta. O objetivo é prestar auxílio com informações técnicas sobre a construção e reconstrução de casas. O número de pessoal ainda não foi definido, de acordo com o MIDR.
O novo secretário da Reconstrução também é o terceiro suplente na bancada do PT, na Assembleia Legislativa. O partido tem três candidatos nas eleições municipais deste ano: Stela Farias, em Alvorada; Valdeci Oliveira, em Santa Maria; e Luiz Fernando Mainardi, em Bagé. Caso todos sejam eleitos, Maneco ganha direito a uma cadeira no Legislativo gaúcho e terá que optar por um dos dois cargos.
Balanço
O anúncio do nome de Maneco Hassen ocorreu nesta quarta, em Porto Alegre, durante balanço das ações da Secretaria Extraordinária de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, desde o início da tragédia climática que assolou o Estado, em maio. Segundo dados apresentados pelos ministros da Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom), Paulo Pimenta; e da Casa Civil, Rui Costa, a União destinou R$ 98,7 bilhões a ações emergenciais e recursos para reconstrução de infraestrutura e de apoio à população e empresários do Estado.
“A gente olha e tem uma dimensão de tudo aquilo que foi feito. Nosso objetivo nesses quatro meses não era resolver todos os problemas, mas deixar as coisas encaminhadas. Cada área foi sendo encaminhada e nós já temos um cronograma para elas”, avaliou Pimenta.
O governo federal ainda adiou o pagamento da dívida do estado por três anos, no valor de R$ 11 bilhões, montante que será usado pelo estado para reconstrução. Os juros da dívida também foram suspensos, totalizando R$ 12 bilhões. Uma parcela extra do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) foi liberada, bem como 96 municípios em situação de calamidade foram incluídos (R$ 316,6 milhões).
“São recursos importantes no Estado, de uma riqueza que é gerada pelo povo gaúcho que acabava sendo dirigida, na forma da dívida, para Brasília, e que esse recurso vai ficar aqui para financiar obras de reconstrução e ativação econômica”, salientou o governador Eduardo Leite (PSDB).