A juíza Anna Alice da Rosa Schuh, da 1ª Vara do Júri do Foro da Comarca de Porto Alegre, aceitou, nesta sexta-feira (22), a denúncia do Ministério Público contra a mulher de 42 anos acusada de matar Paula Janaína Ferreira Mello, de 29 anos. A jovem estava grávida de nove meses e a intenção da autora, segundo o inquérito da Polícia Civil, era ficar com o bebê dela. O caso ocorreu no dia 14 de outubro, no bairro Mário Quintana, na capital gaúcha.
A magistrada acatou a denúncia, tendo em vista conter os elementos necessários para o ato, como a materialidade e os indícios suficientes de autoria de quatro crimes. Com isso, a mulher passa a ser ré no processo penal, respondendo por homicídio qualificado, aborto provocado por terceiro sem o consentimento da gestante, parto suposto e ocultação de cadáver.
Denúncia
A denúncia é de autoria da promotora Lúcia Helena Callegari, da Promotoria de Justiça do Tribunal do Júri de Porto Alegre. Com relação ao homicídio, ela qualificou como motivo torpe, emprego de meio cruel para dificultar a defesa da vítima, dissimulação e para assegurar a execução de outro crime.
Conforme a denúncia do MP, no dia do crime, a mulher atraiu a vítima até à casa dela, localizada no mesmo bairro. A intenção era roubar o bebê e se tornar a mãe da criança. A acusada fingiu para a vítima que também estava grávida. Com um instrumento contundente (não divulgado), a mulher atingiu diversas vezes a cabeça de Paula, e depois, cortou a barriga dela para retirar a criança.
No dia 15, após ter simulado um parto, a acusada e o bebê foram levados para um hospital da capital. Contudo, os médicos constataram a farsa e acionaram a polícia. Ela foi presa e o corpo da vítima foi descoberto embalado em cobertores e sacos plásticos embaixo da cama dela.
Paula e o bebê foram sepultados no dia 17 de outubro, na capital gaúcha. Ainda segundo a investigação, a autora dos crimes é casada e tem dois filhos adotivos.