Recentemente a Câmara de Vereadores de Bento Gonçalves levou ao executivo um projeto de lei que possibilitaria ao município atuar com as medidas vigentes na bandeira laranja dentro do modelo de distanciamento controlado, o que viabilizaria uma maior flexibilização de atividades econômicas, o que inclui a operação de quadras esportivas. A criação do ante-projeto também teve a participação de representantes do setor.
Entretanto, a medida depende de trâmites burocráticos e jurídicos para se tornar um projeto de lei e somente assim ir ao plenário. Enquanto isso, mesmo com a bandeira vermelha que foi novamente anunciada pelo Governo Estadual, Proprietários de empreendimentos do setor esportivo tem sido afetados desde o começo da pandemia.
Mesmo com a retomada da bandeira vermelha, as atividades seguem proibidas, pois o modelo de cogestão que possibilitaria a Serra Gaúcha a atuar na bandeira laranja, segue suspenso até pelo menos o próximo dia 10 do mês de maio.
A proibição da prática de esportes coletivos em função do decreto estadual e a necessidade de manter os negócios ativos, bem como pagamento de impostos, faz com que proprietários desses estabelecimentos tenham que se desdobrar para manter os empreendimentos, conforme explicou o proprietário de uma quadra esportiva no bairro Santo Antão em Bento Gonçalves, Cristian de Souza.
“Dos 14 meses de pandemia, conseguimos trabalhar em novembro de 2020 e também agora em janeiro de 2021, com as devidas restrições. Ficamos fechados 12 meses. O setor está completamente abandonado pelas lideranças, sofremos muito o impacto da pandemia. Esperamos ser ouvidos e trabalhar seguindo protocolos rígidos. Nosso faturamento está zerado, as despesas seguem e o pagamento de contas também. Além destes fatores, também não recebemos nenhum tipo de ajuda financeira ou isenção de impostos”, afirma.
Atualmente, Bento Gonçalves possui em torno de 65 quadras esportivas, responsáveis por gerar empregos informais, como atendimentos na copa, limpeza, entre outros serviços.
Dentre as restrições que foram adotadas nos poucos meses possíveis de operação desde o começo da pandemia, estão a disponibilização de álcool gel, aferição de temperatura, intervalo maior de horários entre os jogos, de forma a evitar aglomerações fora da quadra de pessoas que aguardam o seu horário e também a proibição total do funcionamento de espaços anexos a quadra de esportes em si, tais como espaços de bar e eventos.
“È o simples ato de vir, jogar e retornar para as casas. É apenas isso que queremos possibilitar no nosso espaço”, pontua.
Educador Físico, Cristian falou também sobre a importância da prática de esportes para a saúde física e mental em meio a pandemia e questiona o período de paralisação das atividades.
“Além do benefício para a saúde mental, os esportes coletivos previnem muitos fatores agravantes para o Coronavírus como o sobrepeso e comorbidades. Sendo assim é uma insensatez se proibir atividades físicas em meio a uma pandemia, visto que há diversos estudos que comprovam que os esportes coletivos não aumentam o risco de contágio”, explica.
Por fim, ele fala sobre o pedido de coerência por parte do decreto estadual e a necessidade de a categoria ser ouvida:
“Pedimos coerência por parte do Governo do Estado. Estamos sem nenhum tipo de representatividade. Pedimos que ouçam o setor, que nos enxerguem e que a gente possa dentro dos protocolos sanitários retomar o mínimo de normalidade nas nossas atividades”, frizou.
Confira a entrevista: