O jogo O Incidente do Bloco 71, desenvolvido como trabalho de conclusão de curso (TCC) pelo estudante de Criação Digital da Universidade de Caxias do Sul (UCS), Bruno Paese, foi duplamente premiado no 21º Festival de Jogos do SBGames. Este é o um dos maiores concursos acadêmicos da América Latina na área dos games e entretenimento digital. A produção levou duas das cinco categorias em que concorreu: Melhor Narrativa e Melhor Arte, no âmbito dos jogos de estudantes.
Quando mais novo Bruno produzia histórias em quadrinhos, assistia filmes e até mesmo consumia jogos da modalidade, o que lhe auxiliou na tomada de decisão. Segundo ele, o jogo é curto devido as limitações técnicas e de tempo.
“A partir dessas limitações que eu tinha no desenvolvimento do meu jogo, como eu queria focar no terror psicológico, foquei em pesquisar como desenvolver, quais as técnicas que as pessoas usam, que driblam as limitações técnicas e financeiras, e que ainda assim conseguem proporcionar um terror interessante para o jogador”, complementou.
Durante a produção, Bruno teve o auxílio de seu orientador e coordenador do curso de Criação Digital, Marcelo Fardo.
“Eles tem que aproveitar essa oportunidade e construir uma solução relevante. Na maioria das vezes o TCC, a galera encara como aquela finaleira de cursos, vou terminar esse trabalho e vou partir para o mundo de trabalho, não. A gente procura sempre fazer essa ponte, o teu TCC tem que ser um bom projeto, uma boa peça de portfólio”, comenta o professor.
A ideia do “incidente do bloco 71”
Originalmente o Bloco 71 (cenário escolhido para o game que já registrou 39,5 mil downloads desde o lançamento) sedia os cursos de Criação Digital e Jogos Digitais da universidade. Lá estão concentrados os laboratórios de informática.
“Eu quis usar o bloco 71 por esse ser o do nosso curso, a gente tem quase todas as aulas. E eu quis testar a familiaridade dos jogadores com o ambiente, como as pessoas que conhecem o bloco iam experienciar”.
Jogo
A história fictícia, criada para o game se passa entre os anos de 1997 e 1998, a partir de uma suposta interdição do Bloco 71, após indícios de vazamento de gás.
“Contudo, durante esse período, foram evidenciadas, em diversas ocasiões, atividades suspeitas vindas de dentro do edifício. Um funcionário, cuja identidade não foi revelada, decidiu investigar e gravar a origem dessas perturbações. O homem acabou sendo considerado como desaparecido pela polícia, mas partes da gravação estão sendo liberadas ao público”, traz a sinopse.
Confira a entrevista abaixo.