ECONOMIA

PIB gaúcho deve avançar 3,1% e superar crescimento do país em 2025, projeta Fecomércio

Perspectiva advém de um crescimento estimado em 4% neste ano, ultrapassando o PIB nacional, devido ao impacto de fatores locais na variação do câmbio

Perspectiva foi apresentada durante coletiva da Fecomércio, em Porto Alegre
Perspectiva foi apresentada durante coletiva da Fecomércio, em Porto Alegre | Foto: Giancarlo Rubynick/Divulgação

A tradicional entrevista coletiva de fim de ano da Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul (Fecomércio-RS), realizada nesta terça-feira (17), apresentou uma análise do setor neste ano e a perspectiva para 2025. A estimativa da entidade é que, depois de crescer 3,5% em 2024, o Produto Interno Bruto (PIB) do país desacelere para uma expansão de 2,5% no ano que vem.

Na contramão do panorama nacional, mesmo afetado pelas enchentes deste ano, o Rio Grande do Sul mostrou resiliência e o PIB deve crescer cerca de 4% este ano, superando projeções anteriores. Fatores como a rápida recuperação, as ajudas financeiras pública e privada, um câmbio desvalorizado e a estabilidade na alíquota do Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) contribuíram para esse resultado.

Seguindo o exemplo do Brasil, é esperada uma desaceleração no ritmo de crescimento do PIB do Estado no próximo ano em relação a 2024. Ainda assim, o RS ainda deve apresentar uma performance melhor que o PIB nacional em função do impacto mais forte da agropecuária nos cálculos gaúchos e de um câmbio próximo dos 6 R$/US$.

Devido a este panorama, os especialistas da Fecomércio-RS estimam uma expansão de 3,1% para o PIB gaúcho, em 2025. Embora o fluxo de produção tenha se recuperado rapidamente, é importante relembrar que ainda permanecem perdas de capital público – como pontes, escolas e hospitais – e privado – como casas e empresas, com impactos sobre a dinâmica de médio e longo prazos.

Comércio

Para o segmento comercial, os números indicam que este foi um bom ano, mas que o ritmo não deve se manter no próximo ano. Os números atuais se devem ao impulso gerado pelos auxílios pós-enchentes dados às famílias, à necessidade imediata de consumo e ao reduzido nível de desemprego. Os serviços, fortemente impactados pelas enchentes em 2024, devem acelerar em 2025, pela retomada da atividade e pela base de comparação bastante deprimida.

Ainda sobre a situação gaúcha, as instituições do Sistema Fecomércio-RS/Sesc/Senac distribuíram 2,3 milhões de quilos de alimentos, que beneficiaram mais de 157 mil pessoas. Além disso, apoiaram 553 instituições em todo o Estado. A entidade também trabalhou em prol da liberação de medidas econômicas para apoiar os empresários e o povo gaúcho.

“Em âmbito federal, solicitamos medidas como redução de tributos, renegociação de dívidas, ampliação das parcelas do auxílio-emprego, suspensão do pagamento da dívida gaúcha, entre outros. Já em âmbito estadual, solicitamos isenção de ICMS, prorrogação dos prazos de parcelamentos, além de agilidade na conclusão das obras de infraestrutura”, lembrou Bohn.