Portaria do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), publicada no início da semana, definiu o preço mínimo da uva em R$1,69/kg para 2025. O valor representa um aumento de R$0,19 em relação ao praticado em 2024 e se refere a uvas com 15º glucométricos (nível de doçura).
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Flores da Cunha e Nova Pádua e coordenador da Comissão Interestadual da Uva, Ricardo Pagno, explica que todos os anos o grupo realiza o processo de custo da produção da fruta, contabilizando todas os itens e etapas que fazem parte do cultivo. Com o custo estimado neste ano em R$1,68/KG, ele explica que a Comissão levou a sugestão de preço entre R$1,68 e R$1,72 ao governo, que acabou escolhendo um meio termo.
Além disso, Ricardo esclarece que os valores seguem a política de preço mínimo do governo federal, representando um lucro irrisório. Contudo, ele até avalia de forma positiva o preço estabelecido, pois conta que em anos anteriores o valor chegou a ficar abaixo do custo de produção.
O presidente pontua que o valor é apenas uma referência e que o mercado deve remunerar acima.
“Sabemos que além dos custos, o produtor merece receber o lucro. Ninguém trabalha para o custo de produção, se visa o lucro para poder investir e se manter no mercado. O agricultor precisa negociar com as empresas e clientes, e os preços devem girar acima de R$2”, afirma.
Por fim, o Ricardo avalia que a próxima safra será positiva, com o aquecimento do setor, uma vez que a safra é considerável razoável e os estoques estão quase zerados.
Flores da Cunha é a maior produtora de uva da Serra Gaúcha com cerca de 5.500 hectares e produz aproximadamente 150 milhões de quilos de uva por safra.