O governo dos Estados Unidos abriu uma investigação formal contra o Brasil por práticas comerciais que estariam prejudicando empresas americanas. Um dos principais pontos levantados é a política de incentivo ao Pix, sistema de pagamento instantâneo desenvolvido pelo Banco Central, que teria gerado desvantagens para concorrentes como Visa, Mastercard e WhatsApp Pay.
A decisão partiu do Escritório do Representante de Comércio dos EUA (USTR), que acusa o Brasil de adotar medidas que violam regras internacionais de comércio. A investigação inclui ainda queixas sobre tarifas de importação elevadas, falta de combate à pirataria, retrocessos em políticas anticorrupção e falhas no controle do desmatamento ilegal.
Abertura de investigação comercial entre EUA e Brasil
De acordo com o USTR, o uso do Pix como ferramenta prioritária de pagamento tem impacto direto no mercado digital, especialmente por limitar a atuação de plataformas e meios de pagamento estrangeiros. Além disso, os Estados Unidos apontam que o Brasil impõe tarifas mais baixas para alguns países parceiros, como o México e Índia, enquanto mantém taxas mais altas sobre produtos americanos, o que configuraria tratamento desigual.
Outro ponto citado é a suposta tolerância do governo brasileiro com a venda de produtos falsificados em centros comerciais populares. O relatório também critica a elevação das tarifas sobre o etanol importado dos EUA e o aumento do desmatamento, que favoreceria produtores brasileiros em desvantagem com normas ambientais mais rígidas no exterior.
A audiência pública sobre o caso está marcada para o dia 3 de setembro. Até lá, o governo americano receberá manifestações e provas adicionais. Caso considere as medidas brasileiras como práticas desleais, os Estados Unidos poderão impor sanções ou novas tarifas.