Os Estados Unidos anunciaram nesta terça-feira (3) o aumento das tarifas de importação sobre aço e alumínio para 50%, impactando diretamente o Brasil, que é um dos principais fornecedores desses metais ao mercado norte-americano. A medida, implementada pelo governo de Donald Trump, visa combater práticas comerciais consideradas desleais por parte de outros países, como China, México e Canadá.
O Brasil exportou US$ 4,1 bilhões em produtos de ferro e aço para os EUA em 2024, representando 54,4% das exportações brasileiras desse setor. Além disso, os EUA foram responsáveis por 16,8% das exportações brasileiras de alumínio, movimentando US$ 267 milhões no mesmo ano. Com o aumento das tarifas, espera-se que as exportações brasileiras para os EUA sofram uma queda significativa, podendo reduzir em até 36,2%, o que representa uma perda de US$ 1,5 bilhão, ou cerca de R$ 8,7 bilhões.
O impacto no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil deve ser relativamente pequeno, estimado em uma redução de 0,01%, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). No entanto, o setor de metais ferrosos enfrentará desafios significativos, com uma possível queda de 2,19% na produção e uma redução de 11,27% nas exportações.
Impactos e Reações do Setor Industrial
Entidades do setor industrial brasileiro, como o Instituto Aço Brasil e a Associação Brasileira do Alumínio (ABAL), expressaram preocupação com os efeitos da medida. A ABAL destacou que, além dos impactos diretos nas exportações, há riscos de desvio de comércio, com produtos de outras origens buscando novos destinos, incluindo o Brasil, o que pode gerar uma saturação do mercado interno de produtos a preços desleais.
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O governo brasileiro ainda avalia as possíveis respostas à medida dos EUA. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços informou que não se manifestará neste momento, mas acompanhará a situação de perto.
Repercussão Internacional e Alternativas para o Brasil
A decisão dos EUA também gerou reações internacionais. A União Europeia anunciou a imposição de tarifas equivalentes a US$ 28 bilhões em produtos americanos, como forma de represália às novas tarifas impostas pelos Estados Unidos.
O cenário atual exige que o Brasil busque alternativas para minimizar os impactos econômicos, como a diversificação de mercados para seus produtos e o fortalecimento da competitividade interna, a fim de mitigar os efeitos adversos dessa medida protecionista dos EUA.
