Na madrugada desta segunda-feira, 26 de agosto de 2024, Portugal foi atingido por um terremoto de magnitude 5,3 na Escala Richter. Segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera e o Serviço Geológico dos Estados Unidos, o epicentro foi localizado a 60 km da região de Setúbal, em alto mar, às 5h11 do horário local, a uma profundidade estimada em 17,5 quilômetros.
A Escala Richter, também conhecida como Escala de Magnitude Local (ML), foi desenvolvida em 1935 por Charles Francis Richter, em conjunto com Beno Gutenberg, ambos sismólogos do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech). O objetivo principal da escala era criar uma forma padronizada de medir a magnitude dos terremotos, permitindo comparações entre eventos sísmicos de diferentes regiões. Antes da criação da Escala Richter, não havia uma metodologia precisa para medir a força dos terremotos, o que dificultava o estudo e a compreensão dos fenômenos sísmicos.
A Escala Richter é logarítmica, o que significa que cada incremento de um ponto na escala corresponde a um aumento de dez vezes na amplitude das ondas sísmicas registradas por um sismógrafo. Além disso, um aumento de um ponto na escala Richter representa aproximadamente 31,6 vezes mais energia liberada durante um terremoto. Isso significa que um terremoto de magnitude 6,0 é muito mais poderoso que um de magnitude 5,0.
Os níveis da Escala Richter
A Escala Richter é dividida em diferentes níveis de magnitude, cada um associado a um tipo específico de impacto:
Menor que 2,0: Terremotos micro. Esses tremores são geralmente imperceptíveis para as pessoas e são registrados apenas por sismógrafos. Ocorrem com frequência, mas não causam danos.
2,0 a 2,9: Terremotos muito pequenos. Leves tremores que podem ser percebidos, mas raramente causam danos significativos.
3,0 a 3,9: Terremotos pequenos. São perceptíveis, especialmente em áreas mais próximas ao epicentro, e podem causar pequenos danos em edifícios mal construídos.
4,0 a 4,9: Terremotos leves. Estes são mais notáveis, com tremores perceptíveis que podem causar danos moderados, especialmente em construções mais frágeis.
5,0 a 5,9: Terremotos moderados. Estes tremores podem causar danos significativos a edifícios e outras estruturas em áreas densamente povoadas, mas não resultam em grandes catástrofes.
6,0 a 6,9: Terremotos fortes. Causam danos severos em áreas próximas ao epicentro. Edifícios mais antigos ou mal construídos podem colapsar, resultando em perdas humanas e materiais.
7,0 a 7,9: Terremotos muito fortes. Causam devastação em grandes áreas, com colapso de edifícios, destruição de infraestrutura e significativas perdas humanas.
8,0 a 8,9: Terremotos grandes. Este nível de magnitude causa destruição em áreas vastas, com efeitos catastróficos. A energia liberada é suficiente para alterar paisagens inteiras e causar tsunamis.
9,0 e acima: Terremotos raros de magnitude excepcional. São os mais devastadores, com o poder de destruir grandes cidades, causar tsunamis e alterar o curso da história em regiões afetadas. São extremamente raros, mas seus impactos são sentidos em todo o mundo.
Os maiores registros da Escala Richter na história
Terremoto de Valdivia, Chile (1960) – Magnitude 9,5: O terremoto de Valdivia, ocorrido em 22 de maio de 1960, é o mais poderoso já registrado na história. Com uma magnitude de 9,5 na Escala Richter, o evento causou destruição massiva no sul do Chile, resultando em mais de 5.000 mortes e centenas de milhares de desabrigados. O terremoto também gerou um tsunami que atingiu o Havaí, o Japão e as Filipinas, causando mais mortes e destruição.
Terremoto e Tsunami do Oceano Índico (2004) – Magnitude 9,1-9,3: Em 26 de dezembro de 2004, um terremoto submarino com magnitude estimada entre 9,1 e 9,3 ocorreu ao largo da costa de Sumatra, na Indonésia. Este terremoto gerou um dos tsunamis mais mortais da história, atingindo 14 países e resultando na morte de aproximadamente 230.000 a 280.000 pessoas. A devastação foi sentida em locais tão distantes quanto a costa leste da África.
Terremoto de Tohoku, Japão (2011) – Magnitude 9,1: O terremoto de Tohoku, que ocorreu em 11 de março de 2011, é o mais forte já registrado no Japão e o quarto mais poderoso no mundo. Com uma magnitude de 9,1 na Escala Richter, o evento causou um tsunami devastador que resultou em mais de 15.000 mortes e o colapso da usina nuclear de Fukushima, gerando uma crise nuclear com efeitos globais.
A Escala Richter, desde a sua criação, tornou-se uma ferramenta essencial para a medição e compreensão de terremotos. Seus diferentes níveis permitem uma avaliação precisa do impacto potencial de um evento sísmico, ajudando a orientar medidas de preparação e resposta em todo o mundo. Embora os terremotos de alta magnitude sejam raros, sua devastação reforça a importância de estudos contínuos na sismologia e na melhoria das infraestruturas e sistemas de alerta em regiões vulneráveis.