Na noite de 11 de maio de 2024, o céu da cidade japonesa de Daisen foi palco de um espetáculo incomum: pilares de luz majestosos se ergueram do solo, como faróis cósmicos perfurando a escuridão. As imagens, rapidamente compartilhadas nas redes sociais, geraram um burburinho global, com especulações que variavam de contatos alienígenas a portais dimensionais. Mas, a verdade por trás desse fenômeno é bem mais terrena, embora não menos fascinante.
Isaribi Kochu, os pilares de Luz
A chave para desvendar o enigma reside em uma antiga tradição pesqueira japonesa chamada Isaribi. Nela, pescadores utilizam luzes fortes em seus barcos para atrair peixes durante a noite. Essas luzes, conhecidas como Isaribi, são direcionadas para a água, criando um feixe luminoso que serve como isca irresistível para os habitantes do mar.
No entanto, em condições atmosféricas específicas, a magia do Isaribi se transforma em algo ainda mais grandioso. Quando cristais de gelo se formam no ar, eles agem como minúsculos prismas, refratando a luz das lanternas e criando os pilares de luz. Essa combinação de luzes artificiais e condições climáticas favoráveis é responsável pelo espetáculo celestial que encantou os japoneses em maio.
Um fenômeno raro que depende de condições específicas
Embora os pilares de luz de Daisen tenham ganhado grande repercussão, este tipo de fenômeno não é tão raro quanto se imagina. Na verdade, Isaribi Kochu, que significa “pilares de luz que atraem peixes”, é um termo japonês que já existia para descrever esse evento.
Condições adequadas de temperatura, umidade e a presença de cristais de gelo na atmosfera são os ingredientes principais para a formação dos pilares. Além disso, a luz forte e direcionada das lanternas Isaribi é crucial para criar o efeito visual.
Portanto, se você deseja presenciar esse espetáculo natural por si mesmo, basta buscar regiões com pesca noturna e condições climáticas favoráveis à formação de cristais de gelo. Com um pouco de sorte e paciência, você poderá testemunhar a beleza etérea dos pilares de luz, um lembrete de que a magia pode surgir da união entre a tradição humana e os caprichos da natureza.