ANIMAIS INCRÍVEIS

Como proteger seus pets do encontro com um teiú no quintal

Saiba como evitar encontros perigosos entre seus pets e um teiú no quintal com dicas práticas, seguras e respeitosas com a fauna silvestre.

Como proteger seus pets do encontro com um teiú no quintal
Imagem gerada por IA

A cena pode parecer saída de um documentário: seu cachorro latindo desesperadamente, algo se movendo rápido entre os arbustos, e logo você percebe — é um teiú. O lagarto de quase um metro de comprimento surge no quintal como quem não deve nada a ninguém, e seu pet, curioso ou territorial, decide encarar o visitante. Situações assim são mais comuns do que se imagina, especialmente em regiões com mato, terrenos baldios ou proximidade com áreas de mata. A boa notícia? É possível proteger seus animais de estimação e evitar conflitos perigosos com esse réptil nativo e cada vez mais urbano.

Como proteger seus pets do encontro com um teiú no quintal

O teiú (Salvator merianae) é um lagarto de grande porte típico da fauna brasileira, que, apesar do visual imponente, não é agressivo com humanos ou animais sem provocação. No entanto, ele pode se defender com mordidas e chicotadas de cauda se se sentir encurralado — e aí o risco para cães e gatos é real.

A seguir, veja estratégias práticas para manter a segurança dos seus pets sem prejudicar esse importante animal silvestre.

Crie barreiras físicas no quintal

A primeira medida para evitar o contato entre teiús e pets é impedir o acesso desses lagartos ao seu terreno. Os teiús são excelentes escavadores, mas não conseguem passar por barreiras altas e contínuas. Cercas de tela galvanizada com pelo menos 1,20 m de altura e enterradas cerca de 20 cm no solo ajudam bastante. Certifique-se de que não haja buracos na base ou espaços largos demais entre a cerca e o chão.

Evite deixar portões abertos por longos períodos, principalmente se seu quintal faz divisa com terrenos baldios, rios, lagos ou áreas de mata. O teiú tem hábito diurno e costuma explorar áreas urbanas em busca de alimento, especialmente entre os meses de setembro e março.

Supervise seu pet em horários de maior risco

Teiús são mais ativos durante o dia, especialmente pela manhã e no fim da tarde. Se você costuma soltar seu pet para correr no quintal, tente concentrar esse momento em horários menos prováveis de encontro com o réptil — como à noite ou logo após o almoço.

Se possível, supervise a movimentação do seu animal. Cães de médio e grande porte, em especial os mais agitados, têm maior tendência a perseguir o teiú — e podem se machucar seriamente se houver confronto. Já os gatos, curiosos por natureza, podem tentar morder ou se aproximar demais, o que também representa risco.

Elimine atrativos para o teiú no quintal

Teiús têm olfato apurado e são atraídos por alimentos deixados ao ar livre. Eles se alimentam de frutas caídas, restos de comida, ração de animais e até ovos de galinha. Para reduzir as visitas:

  • Recolha frutas maduras ou em decomposição que caem no chão.
  • Evite deixar restos de comida ou lixo descoberto.
  • Coloque comedouros e bebedouros dos pets em locais cobertos, elevados ou protegidos.
  • Guarde ração em potes bem fechados, longe do alcance de animais silvestres.

Galinhários e hortas também são pontos de atração. Se você tem galinhas ou cultiva alimentos, proteja esses espaços com telas apropriadas e verifique regularmente a presença de tocas ou sinais de escavação.

Evite a perseguição e preserve o animal

Por mais que o susto seja grande, não tente capturar, agredir ou matar o teiú. Além de ser um animal silvestre protegido por lei, ele tem papel importante no equilíbrio ecológico: controla populações de insetos, caramujos e pequenos roedores, além de ajudar na dispersão de sementes.

Caso o teiú esteja muito próximo de casa ou pareça ferido, entre em contato com a patrulha ambiental ou com o centro de zoonoses do seu município. Profissionais capacitados podem fazer o manejo adequado sem colocar ninguém em risco.

Se o animal já estiver em sua propriedade e não houver ameaça imediata, o ideal é permitir que ele vá embora sozinho. Os teiús costumam evitar confronto e deixam o local assim que se sentem seguros para isso.

Oriente toda a família (e vizinhos também)

A segurança dos pets depende também da rotina da casa. Ensine crianças e visitantes a não se aproximarem de teiús, por mais “inofensivos” que pareçam. Explique que são animais silvestres, que merecem respeito e distância.

Se você vive em condomínio ou bairro com muitos quintais, vale alertar os vizinhos sobre avistamentos de teiús. Um simples grupo de mensagens pode evitar sustos e incentivar ações preventivas em conjunto, como limpeza de terrenos e descarte correto de alimentos.

Quando acionar ajuda especializada?

Se o teiú estiver machucado, preso ou em local de risco (como piscinas, telhados ou varandas), o ideal é acionar o Corpo de Bombeiros, Defesa Civil ou uma ONG de resgate de fauna. Evite manusear o animal por conta própria — mesmo filhotes podem morder com força.

Caso seu pet tenha sido ferido em um encontro com um teiú, leve-o imediatamente ao veterinário. Lesões provocadas por mordidas ou caudas podem gerar infecções se não forem tratadas rapidamente.

Imagem gerada por IA

Conviver com a natureza é possível — e necessário

O avanço das cidades sobre áreas verdes tem tornado cada vez mais comum o encontro entre humanos, animais domésticos e a fauna silvestre. Proteger seu pet não significa eliminar o teiú, mas sim entender o comportamento do animal e ajustar o ambiente para evitar conflitos. Com ações simples, você cuida de quem ama sem agredir quem só está tentando sobreviver no seu próprio habitat.