
Um colega virou o rosto do nada. Sua mãe está mais crítica do que o normal. O parceiro parece estar remoendo tudo em silêncio. Você não fez nada — mas parece que está pagando pelos astros deles. Se você já sentiu isso, talvez esteja convivendo com alguém passando pelo famoso inferno astral.
E quando não é você o afetado diretamente, mas sim quem divide a casa, o trabalho ou a vida com você, a tensão pode se espalhar como fumaça num cômodo fechado. Como conviver com alguém em crise energética sem pirar junto? É o que vamos desvendar agora.
Inferno astral: o que é e como afeta
Antes de sair acusando o zodíaco de tudo, é bom entender do que estamos falando. O inferno astral é o período de cerca de 30 dias antes do aniversário, quando o Sol transita pela casa anterior à do seu signo. É como um “ano novo pessoal ao contrário”: em vez de renascimentos, sentimos cansaços, pendências mal resolvidas e ciclos que precisam fechar.
Durante esse tempo, é comum a pessoa sentir-se mais introspectiva, irritada, confusa ou até emocionalmente desequilibrada. Não é frescura. É como se o universo obrigasse a fazer uma faxina interna — só que nem todo mundo lida bem com isso.
Quando o inferno é dos outros
O problema é que essas crises pessoais não ficam guardadas num potinho. Elas respingam em quem está por perto. Imagine morar com alguém que começa a agir com rancor, sensibilidade à flor da pele, insegurança ou negatividade. Às vezes, a mudança é sutil, mas afeta o ambiente como um todo.
Pode ser um amigo que começa a te evitar, um parceiro que revira mágoas antigas ou um colega de trabalho que passa a competir por tudo. Você sente que algo está fora do eixo, mesmo que não saiba explicar o quê.
Não leve para o pessoal (mesmo que pareça pessoal)
Essa talvez seja a dica mais difícil e, ao mesmo tempo, mais valiosa: não absorva o que não é seu. Quando alguém está em seu inferno astral, é comum que projete no outro suas frustrações ou medos. O alvo mais fácil? Quem está por perto.
Tente observar os padrões: essa pessoa já passou por isso em outros anos? Ela reage mal em épocas específicas? Isso pode te ajudar a perceber que o problema não é com você — é com ela mesma.
Seja apoio, mas com limite
Empatia não é sinônimo de sacrifício. Se a pessoa com quem você convive está atravessando um inferno astral, pode ser bonito oferecer apoio — desde que isso não drene sua energia.
Ouça, esteja presente, proponha pequenas saídas saudáveis, mas não se torne o terapeuta dela. O limite entre compreensão e sobrecarga é tênue. Você não está ali para consertar ninguém, apenas para respeitar o espaço do outro e o seu próprio.
Técnicas para manter sua paz
- Defina seus limites emocionais: Se a pessoa estiver descarregando demais em cima de você, é justo dizer: “Eu entendo que você não está bem, mas esse tipo de conversa está me fazendo mal.”
- Crie seus rituais de proteção energética: banhos de ervas, defumações leves, meditação ou até um passeio sozinho no fim da tarde. Tudo isso ajuda a reequilibrar o campo.
- Não tente resolver os problemas por ela: Você pode dar conselhos, mas não tome decisões no lugar dela. Cada um tem seu processo.
- Evite reagir com a mesma intensidade: Gritos atraem mais gritos. Se você reagir de forma explosiva, reforça o ciclo caótico.
Quando o inferno astral vira desculpa
Nem tudo que é difícil de lidar é culpa dos astros. Algumas pessoas usam o inferno astral como desculpa para manter padrões tóxicos o ano todo. Fique atento se esse “período difícil” dura seis meses ou se justifica falta de respeito, grosseria ou abuso emocional.
O céu influencia, sim, mas não define caráter. Se o comportamento da pessoa ultrapassa o limite do aceitável, talvez o problema não seja astral, mas relacional — e isso exige outras formas de enfrentamento.
Converse sobre isso (mas na hora certa)
Se o vínculo for íntimo, vale conversar sobre o que está acontecendo. Só escolha o momento com cuidado: não é em meio a uma briga ou quando a pessoa está em colapso. Espere um momento de mais calma e diga algo como:
“Tenho sentido você mais irritado(a) ultimamente, queria entender como posso te apoiar nesse momento.”
Essa abordagem tira a carga de culpa e abre espaço para que a pessoa reflita sobre si mesma. Às vezes, ela nem percebe que está sendo levada pela maré do próprio inferno.
O papel da astrologia como ferramenta — e não sentença
Por fim, é importante lembrar: astrologia é mapa, não destino. Saber que alguém está no inferno astral pode ajudar a entender, não a rotular. É uma oportunidade de acolher com mais leveza o que antes seria só conflito.
A astrologia pode ser uma ponte de empatia quando usada com consciência — e não como justificativa automática para tudo. Lidar com o inferno astral dos outros exige escuta, observação e uma dose saudável de autodefesa energética.
Você não precisa ser o terapeuta de ninguém, mas também não precisa ser a vítima. O equilíbrio está justamente em respeitar o tempo do outro sem se esquecer do seu.