Quem tem cachorro ou gato já passou pela cena de ver o pet farejando e, de repente, colocando algo estranho na boca durante o passeio. Essa atitude, que pode variar desde folhas secas até restos de comida jogados no chão, costuma gerar preocupação — e não é para menos. Entender por que o pet come coisas do chão é fundamental para garantir sua segurança e interpretar melhor seu comportamento.
Pet e o instinto de exploração
O ato de comer coisas do chão está muito ligado ao instinto natural. Cães e gatos exploram o mundo principalmente pelo olfato e paladar. Assim como bebês levam objetos à boca para conhecer, os animais também fazem isso. O cheiro de um pedaço de pão esquecido ou até mesmo de uma pedra úmida desperta curiosidade. Esse comportamento pode ser inofensivo em alguns casos, mas também pode representar riscos sérios para a saúde.
Fome ou falta de nutrientes
Um dos motivos mais comuns para o pet comer coisas do chão é a fome. Se a rotina de alimentação não está adequada, o animal busca alternativas no ambiente. Além disso, deficiências nutricionais podem levar a essa atitude. A chamada pica, comportamento em que o animal ingere objetos não comestíveis como papel, plástico ou terra, muitas vezes indica falta de vitaminas ou minerais. Nesse caso, a visita ao veterinário é essencial para ajustar a dieta.
Tédio e necessidade de estímulo
Outro fator que não pode ser ignorado é o tédio. Pets que ficam muito tempo sozinhos ou sem estímulos físicos e mentais tendem a desenvolver comportamentos compulsivos. Mastigar galhos, catar lixo ou lamber calçadas pode ser uma forma de aliviar a ansiedade ou simplesmente de passar o tempo. Brinquedos interativos, passeios mais longos e atividades de enriquecimento ambiental podem reduzir bastante o problema.
Cheiro atrativo e reforço de comportamento
Alguns cães e gatos simplesmente não resistem ao cheiro de comida descartada. Um pedaço de pizza no chão pode ser mais atrativo que a ração no pote. O reforço negativo também acontece: se o pet já comeu algo e não sentiu mal-estar, ele associa a experiência como positiva e tende a repetir. Isso exige paciência e treinamento para corrigir.
Problemas de saúde escondidos
Em alguns casos, comer coisas do chão pode ser um sintoma de problemas de saúde. Parasitas intestinais, distúrbios metabólicos ou até condições neurológicas podem desencadear esse comportamento. Observar a frequência, o tipo de objeto ingerido e possíveis sinais de apatia, vômitos ou diarreia ajuda a identificar quando buscar ajuda veterinária urgente.
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O papel da educação e do adestramento
Ensinar o comando “não” ou “larga” é uma das ferramentas mais eficazes para evitar acidentes. O treinamento positivo, com recompensas sempre que o pet obedece, faz diferença no dia a dia. Também é válido reforçar a atenção durante os passeios: evitar ruas com muito lixo ou áreas com restos de comida no chão é uma medida prática e preventiva.
Quando se preocupar de verdade
Nem sempre o hábito é sinal de problema grave. Se o pet apenas fareja ou mastiga folhas secas, a situação pode ser tolerada. Porém, quando ele insiste em engolir objetos perigosos como plásticos, ossos de galinha ou pedras, o risco de intoxicação, engasgos ou lesões internas aumenta. Nesses casos, a intervenção do tutor precisa ser imediata.
Como agir no dia a dia
Manter a alimentação equilibrada, oferecer brinquedos adequados e variar a rotina de atividades ajuda a reduzir esse comportamento. Passeios regulares e supervisão atenta também são indispensáveis. O tutor deve aprender a diferenciar entre um ato de exploração normal e um comportamento compulsivo ou arriscado.
Reforço do vínculo entre tutor e pet
Entender por que o pet come coisas do chão também ajuda a estreitar a relação com ele. Observar seus sinais, corrigir com paciência e investir em qualidade de vida trazem resultados não apenas na redução do problema, mas também no fortalecimento da confiança entre animal e tutor.
O que isso revela sobre o comportamento animal
No fundo, esse hábito mostra como cães e gatos carregam sua essência instintiva, mesmo vivendo em ambientes urbanos. Eles precisam explorar, cheirar e interagir com o mundo externo. Cabe ao tutor equilibrar essa liberdade com a segurança. Mais do que repreender, o ideal é compreender o porquê e oferecer alternativas que respeitem sua natureza.
Ao observar com atenção, o ato de comer coisas do chão revela muito sobre a saúde física e emocional do pet. É um convite para repensar a forma como interagimos com eles, garantindo mais segurança, estímulo e carinho no cotidiano.
