
Ela parecia estar morrendo. As folhas estavam apagadas, sem brilho, quase desbotadas. Até que, ao ser movida para um canto menos iluminado da sala, a maranta floresceu como nunca. Não foi mágica — foi o ambiente certo. Se você também se frustra tentando manter sua maranta bonita o ano todo, o problema pode estar na escolha do local. Ao contrário de muitas plantas ornamentais, essa espécie tropical tem preferências bem particulares. E entender isso muda tudo.0
O segredo da maranta está no ambiente certo
A maranta é uma planta de sombra que não gosta de luz direta. Isso significa que deixá-la exposta ao sol forte — mesmo por algumas horas — pode ser um dos principais motivos para o ressecamento das folhas, perda de cor e aparência murcha. Apesar de suas folhas parecerem vibrantes e tropicais, ela prefere ambientes mais úmidos, sombreados e com luz difusa.
O melhor lugar para a maranta dentro de casa é próximo a janelas com cortinas leves, onde a luz chegue filtrada. Outro ótimo local são banheiros com boa ventilação, onde a umidade natural do ambiente favorece seu desenvolvimento. Ambientes muito iluminados ou secos tendem a fazer com que suas folhas enrolem ou fiquem com pontas queimadas.
Evite este erro comum: excesso de iluminação
Muita gente associa planta bonita com sol abundante. Mas, no caso da maranta, esse é um erro grave. A exposição direta ao sol causa queimaduras visíveis nas folhas, especialmente nas bordas, comprometendo sua estética e saúde. Além disso, a luz intensa acelera o ressecamento da terra, exigindo regas mais frequentes e aumentando o risco de estresse hídrico na planta.
Ambientes como varandas sem proteção solar ou janelas voltadas para o norte devem ser evitados. A maranta evoluiu em florestas tropicais densas, sob a copa de grandes árvores. Reproduzir esse tipo de condição é o que garante que suas folhas permaneçam viçosas, com desenhos marcantes e coloração viva — mesmo fora da estação de crescimento.
Clima interno e posição fazem toda a diferença
Além da luz, o microclima do ambiente influencia diretamente a aparência da maranta. Locais com ar-condicionado constante, por exemplo, não são os melhores, já que o ar frio e seco pode prejudicar o equilíbrio de umidade que a planta exige. Se for necessário mantê-la nesse tipo de ambiente, o ideal é compensar com umidificadores, bandejas com água e pedrinhas ou pulverização constante com água.
Plantar a maranta em vasos de barro também ajuda, pois esse tipo de material permite maior troca de umidade com o ambiente. Outro cuidado importante é girar o vaso a cada duas semanas, para que todos os lados da planta recebam a mesma quantidade de luz difusa, evitando folhas tortas ou crescimento irregular.
Adaptação natural em ambientes sombreados
O que muitas pessoas não percebem é que a maranta gosta de sombra. Ela é uma das poucas plantas ornamentais que se destacam em locais de meia sombra ou mesmo sombra total com luz indireta. Quando colocada nesses ambientes, sua coloração tende a se intensificar, exibindo tons de verde profundo, roxo ou até detalhes em rosa — dependendo da variedade cultivada.
Esse comportamento é um reflexo direto da sua origem nativa: as florestas tropicais da América do Sul, onde vive no sub-bosque e cresce naturalmente em solos ricos, úmidos e protegidos do sol direto. Recriar esse ambiente em casa é o caminho mais seguro para ter uma maranta saudável, bonita e vibrante o ano inteiro.
Final inesperado: menos luz, mais cor
É contraintuitivo, mas real: quanto menos luz direta, mais intensa fica a maranta. Ao colocar essa planta em locais como o canto da sala, uma estante próxima à janela ou um banheiro bem ventilado, você estará oferecendo exatamente o que ela precisa. Em troca, receberá uma explosão de cor e vitalidade que poucos esperam vindo de um ambiente de sombra.
Esse é o tipo de planta que desafia nossas expectativas — e que, justamente por isso, encanta tanto. Não subestime o poder de um ambiente bem escolhido. Com o espaço certo, a maranta não apenas sobrevive: ela prospera.