
Quando a flor vibrante da bromélia-guzmânia começa a desbotar, muita gente acredita que é o fim da planta. Mas o que poucos sabem é que, se tratada da forma correta após a floração, ela pode surpreender com novas brotações ainda mais coloridas. Em vez de ser descartada, a guzmania pode iniciar um ciclo de renovação — e esse processo está totalmente nas mãos do cultivador.
Bromélia-guzmânia: como estimular novas brotações após a flor murchar
A bromélia-guzmânia, ao contrário de outras plantas de jardim, floresce apenas uma vez. Essa floração única é intensa, cheia de vida e dura por semanas, mas é justamente após esse ápice que seu verdadeiro segredo se revela: o surgimento dos filhotes. Esses brotos laterais aparecem na base da planta-mãe e, com os cuidados adequados, se transformam em novas guzmanias prontas para florescer novamente no futuro.
O ponto-chave está no que você faz quando a flor principal começa a secar. O erro mais comum é cortar a planta inteira ou deixar a floração apodrecer no vaso, prejudicando o desenvolvimento dos brotos. O ideal é remover a flor murcha com uma tesoura de poda limpa e esterilizada, sem atingir as folhas ou o centro da planta. Essa ação simples ajuda a direcionar a energia da planta para a produção dos filhotes e não para uma estrutura que já cumpriu sua função.
Como separar e replantar os filhotes da guzmania
Após a floração, os brotos começam a surgir lentamente nas semanas seguintes. Eles devem ser deixados junto à planta-mãe até atingirem cerca de um terço do tamanho da original, com pelo menos quatro folhas desenvolvidas. Esse é o momento certo para a separação.
Com muito cuidado, retire a guzmania do vaso e, com uma faca afiada, corte os filhotes na base, tentando preservar parte das raízes se elas já estiverem formadas. Caso contrário, eles ainda conseguem enraizar em um substrato leve e aerado, composto por casca de pinus, fibra de coco e um pouco de carvão vegetal. A drenagem deve ser perfeita, já que a bromélia não tolera excesso de umidade nas raízes.
Após o plantio, o ideal é manter os filhotes em local protegido, com luz difusa e boa umidade do ar. Em 2 a 4 meses, eles estarão plenamente adaptados e crescendo vigorosamente — e esse processo pode se repetir todos os anos.
Rega, luz e ambiente ideais para revitalizar a planta
A bromélia-guzmânia aprecia ambientes claros, mas sem sol direto. A melhor luminosidade é a indireta intensa, como aquela encontrada em varandas cobertas ou perto de janelas com cortinas leves. O centro da planta deve ser mantido úmido, mas sem acúmulo de água parada que possa gerar fungos.
No pós-floração, o cuidado com a irrigação se torna ainda mais importante. Como a planta estará concentrando energia nos filhotes, regas em excesso podem enfraquecê-la ou até causar o apodrecimento da base. Use borrifador para manter o ambiente úmido e regue somente quando o substrato estiver seco ao toque.
Também é importante manter a planta em locais com boa ventilação e temperatura entre 18 °C e 28 °C. Ambientes fechados e abafados retardam o desenvolvimento das brotações e facilitam o surgimento de pragas como cochonilhas e pulgões.
A nutrição que ativa a coloração das novas folhas
Um detalhe fascinante da bromélia-guzmânia é que suas folhas centrais podem assumir tons avermelhados ou alaranjados mesmo antes da flor surgir — e isso pode ser potencializado com a nutrição correta. Após a separação dos filhotes, adube a cada 15 dias com fertilizante líquido diluído, próprio para epífitas ou orquídeas.
Outra dica é borrifar chá de casca de banana ou água de arroz nas folhas (nunca no centro da planta), pois esses preparados naturais são ricos em potássio e fósforo, nutrientes que favorecem a coloração e o crescimento vigoroso. Com o tempo, os brotos desenvolvem não só folhas fortes, mas também o embrião de uma futura floração.
Se a planta-mãe ainda estiver saudável, mesmo sem flor, ela pode continuar viva por meses, ajudando os filhotes com energia e proteção. Só deve ser removida quando começar a secar completamente.
Cuidar da bromélia-guzmânia após a florada é como acompanhar um renascimento silencioso e poderoso. Com um pouco de paciência, a mesma planta que parecia estar no fim revela toda sua capacidade de regeneração. E esse é o verdadeiro segredo por trás das flores exuberantes que tanta gente admira nas vitrines de jardinagem.