A mãe e o padrasto do menino Anthony Chagas de Oliveira, 2 anos, irão para o Tribunal do Juri nesta quinta-feira (11), onde serão julgados conforme denúncia do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) pela morte da criança no dia 14 de outubro de 2022 em Tramandaí. Na data, o menino foi levado desmaiado ao posto de saúde local, mas não resistiu e morreu durante atendimento médico.
Diego Ferro Medeiros, o padrasto, com 22 anos, está preso em Canoas e será julgado por homicídio triplamente qualificado — motivo fútil, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima — e tortura na modalidade castigo. A mãe, Joice Chagas Machado, 28 anos, que responde em liberdade, será julgada por tortura e omissão, uma vez que sabia dos atos praticados contra seu filho pelo companheiro e não exerceu o dever de proteção. Cinco testemunhas serão ouvidas e a previsão é de que o júri dure um dia.
O promotor de Justiça que fará a acusação em plenário sobre a morte de Anthony é André Tarouco, que na última semana também atuou no júri do Caso Miguel, menino morto e torturado e cujo cadáver foi jogado no Rio Tramandaí pela mãe e pela companheira dela em Imbé. Ambas foram condenadas a mais de 50 anos de prisão.
“Haverá mais um julgamento de um crime bárbaro contra uma criança, uma criança de dois anos que foi morta pelo padrasto. Mediante diversos golpes traumáticos, o acusado causou diversos traumatismos que acarretaram a morte do menino. Mais um caso que choca e que deve ser devidamente repreendido pela sociedade”, destaca.
Relembre o caso:
Os pais biológicos de Anthony haviam se separado e dois meses antes do homicídio, haviam entrado em acordo de que a criança ficaria com a mãe e o seu atual companheiro. No dia 14 de outubro de 2022 o menino foi levado ao posto de saúde de Cidreira já desmaiado e não resistiu aos ferimentos, morrendo durante o atendimento. O casal apresentou versões diferentes sobre o dia do fato durante a investigação. A mãe dizia que o filho estava bem quando ela o entregou ao padrasto, que negou, dizendo que o enteado já passava mal.
Conforme a denúncia do MPRS não havia histórico de denúncias de agressão ao menino no Conselho Tutelar de Cidreira. Segundo as investigações, o menino apresentava vários hematomas, como no rosto, pernas e braços, além de um braço quebrado. Na perícia foi confirmada a morte por politraumatismo contundente em razão da violência. Ainda de acordo com a denúncia, havia sinais de que o menino já estava sofrendo agressões há mais tempo.