
O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) informou, nesta terça-feira (16), que negou o recurso e aumentou a pena de Ari Glock Junior, condenado pelos crimes de tortura, tentativa de homicídio triplamente qualificada, sequestro, roubo e estupro de um ex-funcionário de seu haras, localizado no interior de Farroupilha.
Em junho, Glock foi condenado a 42 anos e 10 meses de prisão, em regime fechado, após Júri popular. Com a aceitação do pedido do Ministério Público, a pena passou para 45 anos, oito meses e 20 dias. Glock cumpre pena no Presídio Estadual de Bento Gonçalves.
Em outubro, o homem também foi condenado na Justiça do Trabalho a pagar R$ 350 mil por danos morais coletivos ao ex-funcionário.
Relembre o caso
O caso ocorreu em agosto de 2021, na zona rural de Farroupilha. Segundo os autos, o empregador suspeitava que o funcionário havia furtado R$ 20 mil da clínica veterinária onde trabalhava. A partir dessa suspeita, o empresário e outro funcionário iniciaram uma série de agressões com o objetivo de obter uma confissão.
A vítima foi amarrada, espancada, eletrocutada e atingida por um tiro no pé. Também sofreu violência sexual, teve o celular confiscado e foi abandonada em via pública. Socorrido por populares, recebeu atendimento médico, mas foi sequestrado novamente no dia seguinte pelo mesmo agressor, após receber alta do Hospital São Carlos.
O trabalhador foi então levado a uma boate de propriedade da família do empregador, onde foi mantido em cárcere privado e submetido a novas torturas, incluindo queimaduras, choques, extração de dentes e agressões aos órgãos genitais. Após as sessões de violência, a vítima foi obrigada a pular de um penhasco, na localidade da Linha Boêmios, mas sobreviveu e conseguiu buscar socorro.