O pinhão, produto tradicional e característico na alimentação das famílias nesta época do ano, já começou a ser colhido e comercializado na região da Serra Gaúcha. Conforme a extensionista rural da Emater, Adelaide Juvena Kegler Ramos, a safra prevista para este ano será menor do que a do ano passado, que também já apresentou quebra.
Condições climáticas desfavoráveis influenciaram na quebra da safra de 2020, especialmente o clima seco no período de desenvolvimento do pinhão. De acordo com levantamento realizado na região pela Emater, a redução varia de 20% a 60% com relação à safra passada, dependendo do município e região.
Isso representa menos receita para as famílias que têm no pinhão um complemento de renda ou para aquelas que tiram o seu sustento da atividade, e um preço maior para o consumidor, que parte dos R$ 6,00 o quilo na venda direta, podendo chegar a R$ 18,00 nos mercados. Ainda segundo a extensionista, as pinhas e os pinhões que vêm sendo colhidos apresentam boa qualidade e sanidade.
No Rio Grande do Sul, a colheita e venda está liberada desde 15 de abril, conforme a Portaria Normativa do Ibama, com o intuito de permitir a plena maturação das pinhas e a sua debulha natural de forma a proteger a reprodução dos pinheiros e garantir a alimentação da fauna, que também auxilia na propagação da espécie, semeando as sementes.
A safra do pinhão ocorre no período que vai de abril a junho, porém, devido à maturação das pinhas se dar em épocas diferentes, é possível encontrar pinhão ainda em agosto e, por vezes, meados de setembro, proveniente de variedades mais tardias. A colheita é feita de forma manual, através da coleta das sementes diretamente no solo ou pela derrubada das pinhas com auxílio de utensílios.
“É importante frisar que na colheita do pinhão se observe a plena maturação das pinhas, para que o pinheiro cumpra sua reprodução e seu papel no equilíbrio do ecossistema da Floresta com Araucária e também para que o consumo de pinhão verde não prejudique a saúde do consumidor”, afirma a extensionista.