
Mães atípicas enfrentam desafios diários que, por muitas vezes, passam despercebidos pelo Poder Público e pela sociedade. Tempo, energia e disponibilidade de recursos financeiros tendem a tornar a situação ainda mais complexa. “Entendo ser necessário que as diretrizes das políticas públicas de Caxias do Sul tenham um olhar intersetorial para as mães atípicas, como suporte psicológico e terapêutico, não apenas na atenção à saúde integral, mas também no âmbito da educação, com monitores capacitados e aptos a orientar, informar mães atípicas, mães vulneráveis”, enfatizou a vereadora Sandra Bonetto, autora do Projeto de Lei nº 113/2025, que institui em Caxias do Sul o Programa Cuidar de Quem Cuida.
Aprovado por unanimidade na sessão ordinária da última quinta-feira (30), o PL tem como objetivo oferecer orientação psicossocial e apoio emocional a mães atípicas — aquelas que dedicam suas vidas ao cuidado de filhos com deficiências, transtornos ou síndromes raras. O programa prevê a criação de serviços de proteção, acompanhamento psicológico e terapêutico, além de ações voltadas à informação, formação e atenção integral à saúde dessas mães. A iniciativa busca garantir um olhar mais humano, empático e intersetorial nas políticas públicas municipais, envolvendo as áreas da saúde, educação e assistência social.
Conforme Sandra, as mães atípicas lidam diariamente com a busca por terapias, médicos especializados, estigmas e limitações financeiras.
“Nosso objetivo com o programa é acolher essas mulheres, garantindo suporte emocional e orientação adequada para que elas também possam cuidar de si mesmas”, acrescenta.
O projeto prevê que o município promova ações de formação e capacitação de profissionais para melhor atender e orientar famílias com filhos neuroatípicos, especialmente aquelas em situação de maior vulnerabilidade.
Inspirado em experiências já implementadas em outros municípios brasileiros, o Programa Cuidar de Quem Cuida representa um avanço importante na promoção da saúde mental, bem-estar e qualidade de vida das mães atípicas de Caxias do Sul.
“A maternidade é um ato de amor e entrega, mas quando envolve filhos neuroatípicos, torna-se um desafio ainda maior. Por isso, precisamos olhar com sensibilidade e responsabilidade para quem dedica a vida a cuidar do outro”, reforça Sandra.