Em uma ação ousada e planejada, a quadrilha criminosa que se envolveu no maior assalto da história do Rio Grande do Sul conseguiu levar R$ 14,6 milhões de um carro-forte no Aeroporto Regional Hugo Cantergiani, em Caxias do Sul, na noite de 19 de junho. A operação teria sido realizada por um grupo ligado ao Primeiro Comando da Capital (PCC) em parceria com outra facção gaúcha. Os detalhes do crime que causou a morte de um policial militar e da investigação que levou a prisões e indiciamentos foram revelados pela Polícia Federal (PF) nesta segunda-feira (2) com a conclusão do inquérito.
Como foi realizado o assalto
Segundo informações divulgadas em coletiva de imprensa na sede da Polícia Federal em Porto Alegre, a quadrilha percorreu quatro fases de planejamento antes de executar o crime. O grupo criminoso partiu de São Paulo em direção à Serra cerca de 10 dias antes do assalto. A investida inicial, prevista para o dia 13 de junho, foi abortada por motivos não revelados na coletiva, sendo adiada para o dia 19, quando o grupo se infiltrou no aeroporto por volta das 19h30 O bando utilizava uniformes falsificados da Polícia Federal. A estratégia permitiu que eles tivessem acesso facilitado ao carro-forte no aeroporto, de onde retiraram o valor milionário. No dia do assalto, 9 criminosos fizeram parte da ação.
Fuga e pós assalto
O confronto armado ocorreu durante a fuga, com troca de tiros que mataram o sargento da BM Fabiano Oliveira, 47 anos, e um dos criminosos. Mesmo assim, o grupo conseguiu escapar levando R$ 14,6 milhões, deixando R$ 15,6 milhões para trás. A fuga foi realizada em dois veículos, abandonados posteriormente em Galópolis. Dessa forma, no dia seguinte, os criminosos seguiram para Farroupilha, onde realizaram o ‘rescaldo’ do crime, com apoio logístico de uma facção gaúcha, antes de fugirem para São Paulo.
Facção gaúcha envolvida
Durante a entrevista coletiva, foi ressaltada a participação de uma das maiores facções gaúchas no assalto. Segundo informações, criminosos do RS ajudaram na logística, fornecendo armas, carros e materiais explosivos para execução do crime. Uma casa em Riozinho também foi usada pelos criminosos antes do assalto.
Pós-roubo: investigação e prisões
A operação, que recebeu o nome de ‘Elísios’ resultou em 12 prisões preventivas, uma prisão temporária, e no indiciamento de 17 pessoas, além de 26 veículos apreendidos, quatro imóveis sequestrados, e R$ 77 mil em dinheiro e R$ 17 mil em ouro recuperados. As penas máximas somadas para os crimes, que incluem latrocínio, explosão, falsificação de documentos e posse ilegal de armas, podem chegar a 97 anos.