Ezequiel Soares Ismael, de 6 anos, diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA), aguarda há pelo menos quatro anos por uma cirurgia em Bento Gonçalves. A mãe, Marlene Soares Ferreira, relata que o filho está com o tímpano rompido há cerca de 15 dias e que a situação se agrava devido à demora no procedimento para retirada das adenoides.
“Já fui para a Promotoria Pública, já consultei hoje na UPA, já fui no otorrino e ninguém resolve nada”, disse.
Segundo Marlene, a espera pela cirurgia começou em 2022, mas o problema se arrasta há mais tempo.
“Faz quatro anos, na verdade, que eu espero. A Secretaria de Saúde aqui diz que perdeu os papéis, que não está no sistema desde 2023 pra cá.”
Ela afirma que o quadro de Ezequiel é de alto risco.
“Agora ele pode ter uma parada respiratória, porque ele não está conseguindo quase respirar, por não retirar as adenoides. Ele já criou carne na garganta.”
Marlene conta que procurou atendimento com urgência nesta semana.
“Ontem, até as oito horas, ele tinha que fazer intubação. Ele tá respirando só pela boca e, como faz muita força pra respirar, criou carne na garganta. Ele já não tá conseguindo mais também, quase.”
A mãe relata já ter feito três encaminhamentos para a cirurgia, sendo o mais recente nesta quinta-feira (31). Conforme evolução registrada no prontuário médico, o menino segue classificado com brevidade alta, a mesma prioridade em que já se encontra na fila. O caso, portanto, não foi alterado para brevidade muito alta, o que significaria maior urgência.
Superlotação e Atrasos em Cirurgias Eletivas
Atualmente, o Hospital Tacchini, responsável pelas cirurgias eletivas da região, está realizando apenas procedimentos de urgência, devido à superlotação da estrutura hospitalar.
Segundo informações, o procedimento de Ezequiel Soares Ismael será liberado para realização no Hospital São Pedro, em Garibaldi, assim que for assinado o termo de credenciamento — o que deve ocorrer entre os meses de agosto e setembro.
Buscando Soluções e Aguardando Resposta
Segundo Marlene Soares Ferreira, foram diversas tentativas de buscar solução imediata.
“Já fui na Secretaria umas dez vezes, já fui 40 vezes na UPA, já fiz de tudo que tu imaginar. Já me desesperei, já chorei, já fui na Defensoria, e ninguém resolve.”
A reportagem procurou a Secretaria Municipal de Saúde para uma manifestação oficial sobre o caso, mas não houve retorno até o momento da publicação.